Cade vai avaliar acordo de codeshare entre Azul e Gol

O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu analisar o acordo de compartilhamento de voos iniciado em meados do ano passado pelas duas maiores companhias aéreas do Brasil, Azul e Gol, informou a autarquia.

Gol e Azul começaram em julho do ano passado a vender passagens para voos operados em codeshare entre as empresas para 40 rotas. A expectativa é de elevar esse volume para mais de 150 rotas.

A decisão ocorreu mesmo que a Superintendência Geral do Cade tenha decidido, no início do mês, arquivar o procedimento de avaliação do acordo. Após a decisão de arquivamento, o conselheiro do Cade Gustavo Freitas de Lima fez um novo pedido para que o acordo de codeshare pudesse ser analisado pelo tribunal da autarquia. A solicitação foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros do Cade na terça-feira.

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Segundo o pedido de Freitas, o acordo de compartilhamento de voos das duas empresas pode evidenciar um “nexo associativo” entre as companhias, diferentemente de uma relação típica de codeshare de prestação de serviços de uma empresa para a outra.

O acordo, segundo o pedido do conselheiro, “assemelha-se mais a um contrato associativo do que a um simples codeshare. Esses pontos, identificados pela área técnica, ainda não foram analisados por este Tribunal”, e por isso precisa de um “exame mais profundo”, afirmou.

Além do acordo, a Azul discute há meses com a holding controladora da Gol, Abra, uma possível combinação de negócios das companhias. Um memorando de entendimento entre as duas empresas foi assinado em meados de janeiro. Um eventual acordo resultaria em um mercado doméstico 60% controlado pelo grupo combinado, superando os 40% da chilena Latam.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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