China suspende tarifas sobre alguns produtos dos EUA, mas nega que acordos estejam em andamento

A China isentou algumas importações norte-americanas de suas tarifas, em um sinal nesta sexta-feira (25) de que a guerra comercial entre os dois países pode estar perdendo força, embora a China tenha rapidamente derrubado a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que as negociações estão em andamento.

Grupos empresariais disseram que a China permitiu que alguns produtos farmacêuticos fabricados nos EUA entrassem no país sem pagar as tarifas de 125% que Pequim impôs neste mês em resposta às tarifas de 145% de Trump sobre as importações dos EUA.

Além disso, uma lista de 131 categorias de produtos que estariam sendo consideradas para isenções estava circulando entre algumas empresas e grupos comerciais. A Reuters não conseguiu verificar a lista, que inclui vacinas, produtos químicos e motores a jato, e a China ainda não falou publicamente sobre o assunto.

O governo de Trump sinalizou nos últimos dias que está procurando reduzir a tensão do confronto entre as duas maiores economias do mundo, e o próprio Trump disse à revista Time que as conversas estão ocorrendo e que o presidente chinês Xi Jinping havia ligado para ele.

“Não acho que seja um sinal de fraqueza de sua parte”, disse Trump.

A China negou que as discussões estejam ocorrendo.

“A China e os EUA NÃO estão realizando nenhuma consulta ou negociação sobre #tarifas. Os EUA devem parar de criar confusão”, escreveu a Embaixada da China em Washington nas mídias sociais.

Suspensão da cobrança

Além das tarifas elevadas sobre a China, Trump anunciou tarifas específicas sobre dezenas de outros países, que ele suspendeu até 9 de julho.

Isso desencadeou uma corrida entre os parceiros comerciais dos EUA para fechar acordos comerciais individuais com Washington antes do prazo final – uma tarefa difícil, uma vez que os acordos comerciais anteriores normalmente levaram anos para serem negociados.

Acordo com Japão

Trump disse a repórteres na Casa Branca que está muito próximo de um acordo com o Japão. Isso é visto pelos analistas como um “teste” para outros acordos comerciais bilaterais, embora as negociações possam ser difíceis.

Alguns esperam que o primeiro-ministro Shigeru Ishiba e Trump anunciem um pacto quando se encontrarem na cúpula do G7 no Canadá em junho.

Trump disse à revista Time que fez “200 acordos” que serão concluídos dentro de três a quatro semanas, embora tenha se recusado a fornecer detalhes específicos. Ele disse que consideraria uma “vitória total” se as tarifas ainda fossem de 20% a 50% daqui a um ano.

O escritório do Representante de Comércio dos EUA disse que realizou uma reunião produtiva com a Coreia do Sul nesta sexta-feira.

Concorrência global

Trump argumentou que seu emaranhado de barreiras comerciais reanimará as indústrias manufatureiras dos EUA que foram afetadas pela concorrência global.

Economistas, no entanto, alertam que essas medidas levarão a preços mais altos para os consumidores dos EUA e aumentarão o risco de recessão.

Além das tarifas específicas por país, Trump também impôs uma tarifa geral de 10% sobre todas as outras importações dos EUA e taxas mais altas sobre aço, alumínio e automóveis. Ele também lançou taxas adicionais específicas do setor sobre produtos farmacêuticos e semicondutores.

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