Risco de recessão e estagflação nos EUA está maior, diz pesquisa do JPMorgan

Há um risco muito maior de estagflação do que de recessão na economia dos Estados Unidos durante o período de um ano à frente, de acordo com os resultados de uma pesquisa do JPMorgan com investidores publicada nesta sexta-feira.

A guerra comercial iniciada pelo governo norte-americano de Donald Trump é vista pela maioria como a política com o impacto mais negativo na maior economia do mundo.

Três em cada cinco entrevistados pelo banco acreditam que o crescimento econômico dos EUA irá estagnar e que a inflação permanecerá acima da meta de 2% do Federal Reserve, com um em cada cinco entrevistados esperando uma inflação acima de 3,5%.

Há também consenso sobre a fraqueza do dólar, com a maioria esperando que o euro fique em pelo menos US$ 1,11 no final do ano, uma queda de pelo menos 8% para a moeda norte-americana.

“Nossas reuniões foram notáveis pelas diferenças de opinião entre investidores norte-americanos, em comparação com investidores globais, sobre as consequências e implicações de mercado” da mudança de regime nos EUA, disse o JPMorgan.

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A pesquisa afirma que os investidores consultados pelo banco esperam que o dinheiro continue caro, já que os rendimentos dos títulos norte-americanos de dez anos não devem cair muito em relação aos níveis atuais. Mais da metade dos entrevistados acredita que o rendimento de referência será de pelo menos 4,25% até o final de 2025.

Quase metade dos entrevistados espera que os preços do petróleo Brent se estabilizem não muito longe do preço atual de US$ 66 por barril, enquanto três em cada dez preveem que os preços cairão para pelo menos US$ 60.

O levantamento mostra ainda que 13% apostam que as ações de mercados emergentes terão desempenho superior ao de outras classes de ativos, enquanto 9% acreditam que as ações de empresas de mercados desenvolvidos é que terão resultado melhor.

A pesquisa afirma ainda que 57% dos entrevistados esperam que as ações de Wall Street sejam a classe de ativos com as maiores saídas de recursos neste ano.

O investimento em ativos vinculados a práticas sustentáveis e de responsabilidade social (ESG) está em baixa, com 30% dos investidores comprometidos em manter suas estratégias, enquanto 42% não demonstraram interesse.

A pesquisa do JPMorgan foi realizada entre 1 e 24 de abril e ouviu 495 investidores, segundo o banco.

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