Dólar deve manter viés de queda com fluxo positivo e menor tensão externa, segundo Inter

O dólar deve seguir pressionado para baixo durante esta semana, de acordo com a última análise de André Valério e Gustavo Menezes, analistas do Banco Inter. A combinação entre fluxo cambial favorável e um ambiente internacional mais estável deve sustentar o movimento de valorização do real.

Nesta segunda-feira (28), o dólar à vista iniciou o dia em queda acompanhando o movimento visto na última semana, e chegou a recuar 0,68%, a R$ 5,6492, sendo esta a mínima do dia.

Em um breve movimento de alta, a moeda chegou a subir 0,22% após 12h, a R$ 5,7002, mas logo retornou ao negativo.

Segundo os analistas, a redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, somada à recuperação gradual das reservas internacionais do Brasil e ao fortalecimento dos investimentos estrangeiros diretos, favorece a melhora do câmbio local no curto e médio prazo.

A agenda internacional, porém, pode trazer volatilidade pontual, especialmente com a divulgação de dados de emprego nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve.

O cenário mais positivo para o Brasil se apoia também em fatores estruturais. Os analistas ressaltam que com a expectativa de uma supersafra de soja, o país deve atrair mais dólares via exportações, o que reforça o fluxo de entrada de recursos e contribui para aliviar a pressão sobre o câmbio.

“Lembramos que o Brasil deve ser um dos países menos impactados com o desenrolar das implicações da guerra comercial — podendo, inclusive, se beneficiar com o reswitching de parceiros comerciais da China, em meio a uma nascente supersafra de soja brasileira que precisa de ser absorvida pela demanda externa, resultando numa eventual internalização de dólares que impulsionaria o câmbio local”, apontam.

Na última semana, o dólar caiu 2,23% e fechou cotado a R$ 5,68. O movimento foi influenciado por um ajuste após o feriado e refletiu a melhora do ambiente externo, que havia sido precificada com atraso no mercado brasileiro. Durante os dias de negociação, o volume permaneceu abaixo do normal e a volatilidade diminuiu, em meio à falta de grandes eventos macroeconômicos.

Apesar da queda recente, os analistas lembram que ainda há cautela em relação aos mercados emergentes, mas reforçam que o Brasil tende a ser menos impactado pelas incertezas globais. O fortalecimento dos fundamentos econômicos brasileiros, como a estabilidade nas reservas e o fluxo de capital estrangeiro, sustentam a perspectiva de recuperação do real ao longo dos próximos meses.

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