A Conectividade como Nova Infraestrutura Básica nas Cidades

Durante décadas, falar em infraestrutura básica significava discutir temas como saneamento, energia elétrica, transporte e moradia. Hoje, no entanto, uma nova camada começa a se consolidar como igualmente essencial para o funcionamento das cidades: a conectividade digital. Em muitas regiões urbanas, especialmente nos grandes centros, já se tornou comum ver famílias e pequenos empreendedores investindo em pacotes robustos de internet, como o combo multi net, para atender às crescentes demandas de um cotidiano cada vez mais online.

A pandemia de COVID-19 acelerou um processo que já estava em curso: a digitalização da vida. O trabalho remoto, as aulas online e o crescimento de serviços baseados em aplicativos tornaram evidente que a conexão à internet não é mais um luxo, mas uma necessidade. Mais que isso, é uma peça chave na estrutura social e econômica atual. Isso levanta uma série de questões: como garantir acesso de qualidade à internet em todas as regiões? Que papel o poder público deve exercer? Como as políticas urbanas devem se adaptar a essa nova realidade?

Conectividade e desigualdade urbana

Um dos maiores desafios quando falamos em conectividade como infraestrutura é a desigualdade no acesso. Enquanto bairros centrais e regiões economicamente mais favorecidas contam com múltiplas opções de provedores, planos variados e velocidades elevadas, áreas periféricas ou rurais ainda enfrentam limitações significativas. Muitas vezes, há apenas um provedor disponível, com sinal instável e planos caros para a realidade local.

Esse abismo digital não impacta apenas o lazer ou o consumo de conteúdo. Ele atinge diretamente a educação, o empreendedorismo e o acesso a serviços básicos, como saúde e segurança. Em tempos em que agendar uma consulta médica, abrir uma empresa ou até mesmo fazer matrícula escolar depende de internet, estar desconectado é também estar à margem da cidadania.

A cidade inteligente começa pela conexão

Cidades que desejam se tornar verdadeiramente inteligentes precisam pensar além de sensores e sistemas automatizados. A base de tudo é a conectividade. E isso não significa apenas oferecer Wi-Fi em praças públicas ou cabear regiões centrais com fibra óptica. Significa garantir que todos os cidadãos possam estar conectados de forma estável, segura e acessível.

Algumas iniciativas já caminham nessa direção. Municípios têm criado programas públicos de acesso gratuito à internet, parcerias com empresas de tecnologia e até políticas de incentivo fiscal para provedores que expandem suas redes para áreas menos atendidas. No entanto, ainda há muito a ser feito para que essa conectividade não seja apenas uma promessa em apresentações de slides, mas uma realidade concreta nas ruas e casas.

Conexão como direito básico

Tal como ocorreu com a energia elétrica no século passado, é possível que estejamos no início de um movimento global para reconhecer a conexão à internet como um direito básico. Alguns países já discutem, inclusive, a criação de uma “renda digital”, um tipo de subsídio governamental voltado exclusivamente para garantir o acesso à internet.

A lógica por trás dessa proposta é simples: se tudo depende da rede trabalho, educação, informação e acesso a serviços, então quem não tem acesso está em desvantagem estrutural. É como se um aluno fosse obrigado a estudar sem luz ou um trabalhador tivesse que chegar ao emprego sem transporte. O futuro aponta para uma sociedade onde a presença online será tão importante quanto a presença física.

Um papel para todos os setores

Essa transformação não é responsabilidade exclusiva do poder público. Empresas de tecnologia, operadoras de internet, instituições educacionais e a própria sociedade civil têm papéis importantes. A inovação pode (e deve) ser usada para buscar modelos mais democráticos de acesso, como redes comunitárias de internet, planos compartilhados e plataformas de baixo consumo de dados.

A própria ideia de “combo multi net” reflete um esforço do mercado em adaptar seus produtos às múltiplas necessidades das famílias contemporâneas. É uma resposta comercial a uma demanda social real: o desejo  e a necessidade  de estar sempre conectado, em diferentes dispositivos e contextos. Mas para que esse tipo de serviço seja inclusivo, é preciso também pensar em políticas de precificação, infraestrutura de rede e suporte técnico que alcancem todos os perfis de usuários.

Conclusão

O debate sobre conectividade está apenas começando. Ainda há muito a se discutir sobre privacidade, segurança de dados, alfabetização digital e dependência tecnológica. No entanto, o primeiro passo é claro: tratar a conexão como parte da infraestrutura essencial das cidades. Assim como ninguém questiona a importância de água encanada e transporte público, em breve também não se questionará a necessidade de internet rápida e confiável para todos.

Transformar esse pensamento em ação  com políticas públicas, investimentos privados e participação social será o verdadeiro desafio das próximas décadas. Mas, com cada passo nessa direção, caminhamos rumo a cidades mais justas, eficientes e verdadeiramente conectadas.

 

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