Empresas brasileiras terão custo extra de R$ 126 bi em juros até 2030, aponta estudo

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As empresas brasileiras terão que desembolsar R$ 126 bilhões a mais em juros até 2030, segundo levantamento da A&M (Alvarez & Marsal) Performance. A análise considerou 3.780 títulos de dívida indexados ao DI (Depósito Interfinanceiro), emitidos por 1.130 empresas. Apenas em 2025, o adicional em pagamentos de juros deve chegar a R$ 26 bilhões.

De acordo com Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, esse aumento nos custos financeiros tende a impactar diretamente o resultado final das companhias. “Você pode até ter o melhor resultado operacional, mas o financeiro vai aparecer e diminuir a linha final, o lucro líquido”, afirma Cruz. Ele ressalta que esse efeito já deve ser percebido nos balanços trimestrais e deve ser um dos principais temas de queixas dos CFOs durante os calls de resultados com analistas.

Expansão mais lenta em 2025

Para o estrategista, o encarecimento do crédito pode comprometer planos de expansão de curto prazo. “Se for um plano anual, isso obviamente vai enfraquecer”, aponta. Já projetos de longo prazo, como construção de novas fábricas ou centros de distribuição, tendem a ser menos impactados, uma vez que essas iniciativas geralmente contam com planejamento financeiro antecipado de cinco anos ou mais.

Apesar disso, Cruz observa que algumas expansões podem ser reprogramadas para 2025, em uma tentativa de ajustar o cronograma ao cenário de juros elevados.

Empresas optam por esperar 2026 para novas emissões

A perspectiva de juros mais baixos a partir de 2026 também deve influenciar a estratégia de financiamento das companhias. “Elas preferem aguardar um pouco mais para emitir dívida”, explica Cruz. Em vez de captar agora com custo atrelado ao CDI — ainda elevado —, muitas companhias devem buscar emissões indexadas ao IPCA, apostando na queda dos índices de inflação e juros nos próximos anos.

Segundo ele, a percepção das empresas mudou ao longo dos últimos trimestres. “No terceiro trimestre do ano passado, muitos CFOs viam 12% como um cenário muito pessimista para 2025, e no final vimos que nem foi tão pessimista assim”, comenta.

Diferença entre grandes e médias empresas

Cruz também destaca a diferença de impacto entre grandes e médias empresas. Enquanto grandes corporações conseguem negociar condições melhores com os bancos, oferecendo outros produtos e receitas que garantem taxas de financiamento mais competitivas, as médias empresas não possuem o mesmo poder de barganha.

A grande empresa prefere rolar a dívida a taxas um pouco menores para manter a saúde financeira. Já a média empresa, sem esse relacionamento expandido, sente mais a pressão”, afirma. Ainda assim, ele pondera que a exposição ao aumento de custo varia conforme o setor: algumas áreas da economia devem sofrer mais, enquanto outras podem passar praticamente ilesas.

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