7 Hábitos Financeiros Que Separam o Investidor Comum do Profissional

Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Você já se sentiu confuso diante de tantas opções de investimentos, sem saber muito bem por onde começar? 

A verdade é que no mundo dos investimentos, o que define o sucesso de uma boa carteira não é nenhuma habilidade especial ou informações privilegiadas, mas sim os hábitos cotidianos. 

Depois de quase 30 anos no mercado financeiro, boa parte deles ajudando pessoas comuns a se tornarem investidores e conquistarem sua liberdade financeira, aprendi uma verdade simples: não são os ativos que fazem o investidor, são as atitudes. 

Se você deseja construir patrimônio investindo de forma consistente, precisa focar em três pilares: visão de longo prazo, paciência e diversificação. Mesmo que esteja iniciando agora, tendo esses pilares em mente, você pode começar hoje a construir uma carteira sólida.

Quais os melhores hábitos financeiros para investidores?

Para buscar resultados consistentes, é importante entender: não existe fórmula mágica. Entretanto, há premissas que são praticamente regrinhas de ouro que podem transformar iniciantes em investidores estratégicos.

Uma alocação de sucesso envolve três etapas: identificar bons cases para investimentos, ficar com eles enquanto os fundamentos se mantiverem e ser ágil para sair daqueles que deixarem de fazer sentido.

1. Tenha uma estratégia de longo prazo e seja fiel a ela

Busque equilíbrio entre ações de valor — empresas consolidadas, com histórico de resultados — e negócios em crescimento, que podem parecer arriscados hoje, mas carregam potencial de multiplicação no médio e longo prazo.

As primeiras vão trazer mais tranquilidade e as outras, potencialmente, trarão bastante valorização. O segredo está em identificar oportunidades que fazem sentido para o seu perfil e objetivos patrimoniais. Comprar barato significa reconhecer valor antes que o mercado perceba. Isso exige estudo, paciência e convicção.

2. Diversifique seu portfólio com inteligência

O mercado de ações é naturalmente volátil e está sob influência de um grande número de variáveis. Portanto, sua estratégia deve levar em conta a necessidade de preservação do capital.

Monte uma carteira que contemple diferentes setores, modelos de negócio e níveis de risco. Isso reduz sua exposição a fatores específicos e protege seu capital contra imprevistos.

E lembre-se: diversificar não é pulverizar. Uma carteira eficiente exige monitoramento constante e ajustes estratégicos, conforme o cenário econômico e os fundamentos dos ativos evoluem.

3. Controle rigorosamente seus custos

Custos mal gerenciados são os maiores ladrões de rentabilidade. Sendo assim, gerenciá-los é uma etapa importante para quem busca sucesso nos investimentos. 

Fique de olho nas taxas de corretagem, impostos, custos operacionais e, claro, no custo de oportunidade. Avalie se manter um ativo faz sentido não apenas financeiramente, mas em comparação com outras possibilidades no mercado.

Reduzir custos é uma forma silenciosa — porém poderosa — de acelerar seu crescimento patrimonial ao longo do tempo.

4. Entenda o que você está comprando

Investir em ações é assumir a posição de sócio. Então, para avaliar se determinada empresa faz sentido na sua estratégia de investimento, é necessário que você entenda o mercado em que ela atua.

Como a empresa gera receita? Quais são seus diferenciais competitivos e vulnerabilidades? Quem são os concorrentes? Qual sua exposição a riscos macroeconômicos? Estude os relatórios disponíveis no site de Relações com Investidores. Seja curioso. Pesquise. 

Se tiver dúvidas, faça perguntas ao setor de Relação com Investidores (RI) das empresas. Você está colocando seu dinheiro em um empreendimento, logo, tem direito de saber, em detalhes, de que forma ele será usado e qual retorno você terá.

Vale ainda a ressalva: estudar empresas toma algum tempo, portanto, é melhor ter uma carteira enxuta, com empresas que você conhece a fundo, do que uma dezena de papéis que você sequer entende como ganham dinheiro.

5. Aceite perdas e seja ágil para mitigá-las

Um bom investidor estrutura sua carteira de longo prazo com base em fundamentos das empresas, mas sem apegos. Perder faz parte da jornada. O erro está em insistir quando os fundamentos deixam de fazer sentido.

Se a empresa continua sólida, não realize prejuízo por causa de uma queda pontual. Mas se o cenário mudar, adiar a realização de um prejuízo será um custo duplo: o prejuízo em si, que cedo ou tarde você terá de realizar, e o custo de oportunidade – enquanto o dinheiro está “preso” não é possível utilizá-lo com ativos mais adequados ao seu plano.

6. Emoções sob controle: seu maior ativo invisível

O descontrole emocional é um dos maiores inimigos do investidor. Tanto o otimismo extremo quanto o pânico, são péssimos conselheiros.

Grandes valorizações podem despertar a vontade de realizar lucros ainda no meio da jornada, bem antes do prazo que você definiu para o investimento. Mas, será que isso te aproxima da sua meta? Avalie friamente antes de decidir.

Da mesma forma, quedas significativas assustam e podem levar a decisões impulsivas de venda. Lembre-se que oscilações de preços de uma ação não significam prejuízo. Este só se efetiva no momento em você vende. 

A disciplina de seguir o plano, mesmo quando o mercado oscila, é o que separa o investidor casual daquele que realmente constrói patrimônio com base em fundamentos.

7. Relacione risco e retorno com seus objetivos

Todo investimento carrega risco. E quanto maior a expectativa de retorno, maior o risco envolvido. Sendo assim, uma estratégia de longo prazo bem estruturada deve comportar diferentes classes de risco.

Alinhe sua estratégia ao seu perfil e momento de vida. Você precisa tomar mais risco agora ou é hora de preservar o capital? Suas escolhas devem refletir suas metas, seu tempo e sua tolerância emocional ao risco.

Com o tempo, essa gestão se torna natural. E acredite: quanto mais você pratica, mais confortável se sente com o processo.

Investir é um hábito, não um evento 

Transformar-se em um investidor bem-sucedido é menos sobre encontrar a ação perfeita — e mais sobre cultivar os hábitos certos ao longo do tempo.

Saber compatibilizar seu emocional com seu planejamento financeiro será uma tarefa para a vida toda. A boa notícia? Você não precisa ser um especialista em finanças para começar. Mas precisa agir como um: com disciplina, paciência e foco no longo prazo.

Lembre-se: não existe sucesso sem método. E não existe método sem hábito.

Eduardo Mira é investidor profissional, analista CNPI, mestrando em Economia, com MBAs em Gestão de Investimentos, Análise de Investimentos e Educação Financeira, empresário, sócio do Clube FII, Grana Capital e sócio fundador da holding financeira MR4 Participações.

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