É #FAKE que tubarão de duas cabeças foi filmado em Ilhabela; veja vídeo original com tubarão-baleia


Publicações falsas das redes sociais mentem ao dizer que gravação seja de espécie jamais encontrada na natureza. Mergulhadora, que é uma das autoras do conteúdo real, desmentiu as alegações ao Fato ou Fake. É #FAKE: foto não mostra raro tubarão de duas cabeças, mas um tubarão-baleia; veja vídeo original feito por mergulhadores em Ilhabela
Reprodução
Circula nas redes sociais uma foto com uma legenda que diz se tratar de um raro tubarão de duas cabeças em Ilhabela, no litoral de São Paulo. É #FAKE.
selo fake
g1
🛑 Como são as publicações falsas?
Elas circulam desde 28 de abril de 2025, no Instagram e no X. Os posts usam duas fotos: uma imagem aérea que mostra um grande tubarão nadando no mar ao lado de um peixe; e outra subaquática que mostra uma mulher ao lado de um dos animais. As publicações alegam:
“Maior tubarão de duas cabeças é encontrado no Brasil.”
“[…] Um raro tubarão galhudo siamês foi flagrado na praia, marcando a primeira vez que a espécie é observada na natureza.”
“[…] Nunca antes um tubarão galhudo siamês havia sido registrado na natureza”.
⚠️ Por que o conteúdo é falso?
Mergulhadores nadam ao lado de tubarão-baleia em Ilhabela
O registro não tem qualquer relação com a descoberta de uma espécie rara. O Fato ou Fake conversou com a bióloga Larissa Gakiya Uema, de 27 anos, que gravou o vídeo original ao lado de do namorado, o também biólogo Daniel Munhoz, de 25 (veja acima). O casal mergulha há mais de uma década e gravou um tubarão-baleia em 4 de março de 2025, a 1 km da costa de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo.
“É incorreto dizer que o tubarão-baleia tem duas cabeças, pois essa anomalia nunca foi registrada para a espécie, e nosso encontro está longe de ser o primeiro registro, como afirmam [os posts falsos]”, disse Larrissa ao Fato ou Fake.
Além disso, a bióloga explicou que a identificação de um tubarão-baleia é fácil: eles são os maiores peixes do mundo, têm uma cabeça achatada, boca frontal e, particularmente, apresentam um padrão de manchas circulares e listras brancas.
O outro animal que aparece no vídeo é um peixe chamado bijupirá, segundo Uema. A espécie tem o hábito de acompanhar barcos e mergulhadores, além de seguir peixes maiores, como tubarões, para tentar se alimentar de restos de comida.
A mergulhadora relatou que diversas páginas da internet usaram recentemente o vídeo sem autorização para disseminar a informação falsa sobre o suposto tubarão de duas cabeças. Ela fez um alerta para o problema: “Páginas com milhões de seguidores sem cunho jornalístico e sem compromisso algum com a verdade não apagaram e não irão apagar [os posts]. Estão confundindo as pessoas sobre a biologia e presença de um animal já pouco compreendido e ameaçado”.
🦈 Nadando com tubarões
Tubarão-baleia é registrado por mergulhadores em Ilhabela, no litoral paulista.
Daniel Munhoz/Larissa Uema
A presença de tubarões-baleia em Ilhabela não é incomum — o g1 já publicou reportagens de registros da espécie na região, como a de um outro vídeo gravado em março. A espécie, no entanto, é ameaçada de extinção.
A bióloga e mergulhadora Larissa Gakiya Uema descreve que nadar ao lado lado do animal dá uma sensação extraordinária, mas “também de indignação, pois somos a espécie responsável pelo seu declínio populacional”. “É um sentimento de humildade por se perceber tão pequeno e um deslumbre pela oportunidade de contemplar a beleza e docilidade de um ser tão grande.”
Ela esclareceu que a espécie é completamente inofensiva: por serem filtradores, os milhares de dentes da boca do bicho não têm a capacidade de dilacerar, como os de outros tubarões.
Vídeo mostra tubarão-baleia em Ilhabela, no litoral de São Paulo.
Reprodução/ Larissa Gakiya Uema e Daniel Munhoz
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