Receita com tarifas de importação nos EUA sobe 77% em abril e chega a US$ 17 bilhões

O impacto da guerra comercial de Donald Trump já pode ser observado nas fronteiras: o faturamento em abril do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos com impostos sobre importações passou de US$ 17 bilhões, uma alta de 77% em relação a março.

Uma análise do InvestNews dos dados divulgados pelo governo americano desde 2005 mostra que, entre julho de 2018 e março de 2025, o patamar da arrecadação mensal variou entre US$ 5 bilhões e US$ 10,5 bilhões.

Mas, em abril, a arrecadação mostrou um aumento acelerado.

Os valores refletem os impostos aduaneiros pagos por grandes importadores e corretores em abril sobre as importações que chegaram aos portos dos EUA em março.

Cerca de dois terços dos importadores pagam tarifas mensalmente, no 15º dia útil do mês seguinte. 

Isso quer dizer que os dados registrados em abril já incluem algumas das tarifas impostas a partir de fevereiro, como a de 25% sobre a importação de aço e alumínio. Mas ela ainda não considera o “tarifaço” anunciado em 2 de abril.

Leia mais

  • Mesmo sem o mercado americano, a China ainda seria a maior exportadora de carros do planeta
Donald Trump, presidente dos EUA, anuncia tarifas recíprocas na Casa Branca
Donald Trump, presidente dos EUA, anuncia tarifas recíprocas na Casa Branca (Bloomberg)

Pausa de 90 dias

Em 9 de abril, quando Trump pausou a medida por 90 dias, enquanto negocia inidividualmente com cada parceiro comercial.

Mas isso não significou uma retirada das sobretaxas. Enquanto as negociações se desenrolam, quase todos os países têm uma tarifa nivelada em 10% sobre os produtos que entram nos Estados Unidos:

‘Rush pré-tarifas’

Parte da alta também pode estar relacionada a produtos que não estavam sujeitos a tarifas em março, mas entraram nos EUA durante o “rush pré-tarifas”, já que muitas empresas se apressaram em importar produtos antes que as novas regras entrassem em vigor.

As exportações da China dispararam 12,4% em março em relação ao ano anterior. Foi o maior salto em cinco meses, segundo a Reuters.

Economistas alertam que os números das exportações de março serão ofuscados por uma rápida deterioração das perspectivas.

“O crescimento das exportações acelerou em março, já que os fabricantes correram para enviar mercadorias para os EUA antes do ‘Dia da Libertação’”, disse Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics, em uma nota aos clientes.

“Mas as remessas devem recuar nos próximos meses e trimestres”, acrescentou. “Acreditamos que pode levar anos até que as exportações chinesas recuperem os níveis atuais.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.