Mobilidade nas alturas: EVTOLs querem reinventar o deslocamento urbano

A mobilidade urbana está prestes a passar por uma revolução silenciosa, mas transformadora, com os veículos aéreos EVTOLs (Elétricos de Decolagem e Pouso Vertical). Se você já imaginou um futuro onde os congestionamentos se tornam uma memória distante e o céu se torna o novo caminho para o seu destino, essa visão pode estar mais próxima do que você imagina. 

• Qual a diferença entre quadricóptero, drone e carro voador?
• Embraer anuncia fábrica de carros voadores no interior de São Paulo

Esse foi o tema do Podcast Canaltech com João Welsh, um visionário do setor de mobilidade aérea e CEO da Revo, empresa que está na vanguarda dessa transformação no Brasil.

EVTOLs: O que são e como eles funcionam?

Os EVTOLs são aeronaves projetadas para decolar e pousar verticalmente, movidas por motores elétricos. Eles podem ser vistos como uma evolução dos helicópteros, mas com uma proposta muito mais sustentável e eficiente. 

–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–

Ao contrário dos helicópteros, que utilizam combustíveis fósseis e geram uma quantidade significativa de poluição sonora e ambiental, os EVTOLs operam com baterias elétricas, reduzindo o impacto ambiental de forma significativa.

No Brasil, a Revo, empresa especializada em mobilidade aérea, já está levando essa inovação para o próximo nível. João, explica que a tecnologia já está em operação em São Paulo, onde a empresa realiza voos diários com helicópteros adaptados. 

A proposta é, em um futuro próximo, substituir esses helicópteros por EVTOLs, que são mais silenciosos, econômicos e, claro, mais sustentáveis.

Mobilidade do futuro

A empresa não só testa a tecnologia no Brasil, mas também está focada em criar um ecossistema completo para a mobilidade aérea. Isso inclui desde o desenvolvimento do aplicativo para conectar passageiros a essas aeronaves, até a construção de uma infraestrutura terrestre que permita um acesso mais fácil aos pontos de decolagem e pouso.

“Estamos desenvolvendo soluções para que as pessoas possam se deslocar pela cidade de forma mais rápida e sem o estresse do trânsito. O que estamos criando é uma nova realidade urbana, onde o céu se torna a nova via para deslocamento”, afirmou Welsh.

A Revo já está realizando voos em São Paulo com helicópteros adaptados para testar a viabilidade da mobilidade aérea na cidade. E os resultados têm sido animadores. “Temos uma média de 14 voos por dia e estamos atendendo cerca de 800 pessoas por mês. As pessoas já estão começando a perceber as vantagens dessa mobilidade, e os números não mentem”, completou o CEO.

Tecnologia, regulação e infraestrutura

Mas, como qualquer inovação disruptiva, a mobilidade aérea enfrenta desafios significativos. João Welsh destaca que, embora a tecnologia esteja avançando rapidamente, a regulação é um fator crucial para garantir a segurança dos voos. 

A ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) tem trabalhado ativamente para definir as normas e regulamentações necessárias para permitir a operação de EVTOLs no Brasil.

Outro desafio é a criação de um tráfego aéreo controlado para essas aeronaves. Em uma cidade como São Paulo, onde o tráfego aéreo já é restrito, é necessário desenvolver um sistema de rotas virtuais que possibilita que esses veículos voem com segurança e eficiência, sem interferir no tráfego de outras aeronaves.

“A Revo está colaborando com a Embraer e outras empresas para desenvolver um software que possa gerenciar o tráfego aéreo de EVTOLs, criando rotas virtuais e garantindo que a mobilidade aérea seja segura, mesmo em um ambiente urbano”, explicou Welsh.

A infraestrutura terrestre também é uma parte essencial desse ecossistema. A Revo já está pensando nas estações de decolagem e pouso, chamadas de “vertiportos“, que serão necessárias para o funcionamento da mobilidade aérea. Essas estações devem ser integradas aos sistemas de transporte já existentes, facilitando o acesso dos passageiros aos EVTOLs.

Impacto ambiental e sustentabilidade

Um dos maiores apelos dos EVTOLs é o seu impacto ambiental. Como veículos elétricos, eles não emitem poluentes e ajudam a reduzir a pegada de carbono nas cidades. 

Além disso, com o avanço da tecnologia de baterias e a produção de veículos mais eficientes, o custo operacional dos EVTOLs tende a cair ao longo do tempo, tornando essa alternativa de transporte mais acessível.

João Welsh também destacou como a Revo tem se preocupado com a sustentabilidade do projeto. “Estamos pensando em todos os aspectos, desde a redução da poluição sonora até o uso de energia limpa para carregar as baterias dos nossos EVTOLs”, afirmou.

Quando veremos os EVTOLs no céu?

Embora a ideia de pegar um táxi aéreo ainda pareça ficção científica para muitos, a realidade está cada vez mais próxima. Segundo João, muito em breve a Revo e outras empresas do setor já terão EVTOLs operando em São Paulo, com uma expansão para outras cidades planejada nos próximos anos.

“Estamos muito próximos de ver os primeiros voos comerciais de EVTOLs no Brasil. Com o avanço regulatório e o desenvolvimento contínuo da tecnologia, acreditamos que em pouco tempo as pessoas poderão pegar um voo direto do seu celular, sem sair do chão”, finalizou Welsh.

Ouça agora o episódio completo e entenda como os EVTOLS vão revolucionar o mercado.

Confira outras matérias do Canaltech:

• Veículos elétricos ganham força para transformar a mobilidade no Brasil
• Qual a diferença entre quadricóptero, drone e carro voador?
• Revo lança táxi aéreo “barato” em São Paulo com ajuda da IA; CT testou

Leia a matéria no Canaltech.