Reparou que o chocolate de Dubai virou tendência na gastronomia?

Quem gosta de acompanhar conteúdos de gastronomia sabe que estamos passando pela febre do pistache. E, em meio a essa onda verde, já começa a aparecer outro grande hit das comidas: o chocolate de Dubai. Das barras instagramáveis a um milkshake assinado na famosa cadeia de fast food Shake Shack, este produto está bombando e nós fomos investigar o que está por trás dessa tendência gastronômica.

O doce, que se espalhou dos Emirados Árabes para o mundo, começa a ganhar força também no Brasil após a Páscoa.

Mãos seguram barras com cobertura verde em chocolate de Dubai.

Foto: Mari (Reprodução/Pinterest)

Apesar de levar o nome da cidade, o chocolate de Dubai não é produzido a partir de cacau local. O cultivo de cacau exige condições tropicais específicas, incompatíveis com o clima de deserto da região. O que torna esse produto conhecido assim é o processo de fabricação e a seleção rigorosa de matérias-primas. Marcas como a Mirzam Chocolate Makers, uma das pioneiras em Dubai, trabalham com grãos importados de origem única, vindos de países como Madagascar, Vietnã, Índia e Papua-Nova Guiné, respeitando o conceito de bean to bar, em que todo o processo, da amêndoa ao chocolate, é realizado artesanalmente.

O que realmente tornou o chocolate de Dubai um fenômeno global foi… o marketing! Além da produção artesanal, é comum encontrar bombons e trufas cobertos com folhas de ouro 24 quilates comestível, recheados com açafrão iraniano, pistaches sicilianos e até aromatizados com água de rosas. Além disso, uma das sobremesas que mais bombam são os “morangos de Dubai”. E a apresentação costuma ser impecável: embalagens sofisticadas, designs exclusivos e uma estética que conversa diretamente com o apelo visual das redes sociais.

Sobremesa com camadas de chocolate, morangos e cobertura dourada em um carro.

Foto: Naylha (Reprodução/Pinterest)

Segundo o relatório Premium Chocolate Market – Growth, Trends, and Forecasts 2023-2028, publicado pela Mordor Intelligence, o mercado global de chocolates premium deve atingir US$ 32,9 bilhões até 2028, impulsionado pela alta na busca por produtos artesanais e experiências gastronômicas.

No Brasil, esse movimento já começa a se refletir: nas redes sociais, como TikTok e Instagram, acumulam milhares de menções a hashtags como #ChocolateDeDubai, enquanto lojas especializadas e importadoras oferecem versões dessa comida tendência, com preços que podem ultrapassar R$ 500 por caixa.

Mas o que explica tamanha popularidade? Mais do que o sabor — que, segundo críticos, é tão incrível quanto sua apresentação —, o chocolate de Dubai é uma experiência sensorial completa. Em um mundo onde o consumo é cada vez mais pautado por exclusividade e storytelling, produtos que unem luxo, estética e tradição artesanal ganham protagonismo. 

Chocolate artístico com recheio cremoso e detalhes em verde, preto e amarelo, típico de Dubai.

Foto: Miral (Reprodução/Pinterest)

Embora seja muito legal ver a ascensão e chegada de produtos internacionais, vale lembrar que ninguém precisa atravessar o oceano — nem investir pequenas fortunas — para curtir chocolate de qualidade. O Brasil, que é o sexto maior produtor de cacau do mundo segundo a ICCO (International Cocoa Organization), também abriga marcas premiadas de chocolate bean to bar, feitas com amêndoas nativas da Bahia, do Pará e do Espírito Santo.

Em vez de buscar o brilho do ouro lá fora, esperamos que a próxima grande tendência de gastronomia seja redescobrir a riqueza de sabores do nosso próprio país.

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