Vamos Decepciona em Balanço e Ações Caem 11%

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Nesta quarta-feira (7), os papéis da Vamos, empresa de aluguel e gestão de frotas de veículos pesados, sofreram nova queda. Desta vez, o recuo foi de 10%, impulsionado pela repercussão do resultado da empresa no primeiro trimestre deste ano, que veio abaixo do esperado pelo mercado.

A companhia, que se separou de operações com concessionárias de veículos no final do ano passado, teve um lucro líquido das atividades que continuaram na empresa de R$ 107,8 milhões entre janeiro e o final de março, queda de 45,6% ano a ano, afetado em parte por aumento de 32,8% no resultado financeiro negativo. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 886,7 milhões, crescimento de 10,1% e a receita líquida totalizou R$1,33 bilhão, expansão de 23,6% ano a ano. Projeções de analistas compiladas pela LSEG apontavam lucro de R$ 130 milhões, Ebitda de R$ 918 milhões e receita de R$ 1,36 bilhão.

Em teleconferência com analistas, executivos da empresa afirmaram que as montadoras de veículos estão pressionando por aumentos de preços de novos e que seminovos mostram viés de “leve alta”, enquanto avaliam que o pior de retomada de caminhões ficou para trás.

A Vamos, do grupo Simpar, também divulgou na noite de terça-feira (6) previsões para 2025, incluindo estimativas de Ebitda entre R$ 3,85 bilhões e R$ 4,15 bilhões, lucro líquido no intervalo entre R$ 450 milhões e R$550 milhões e alavancagem de três a 3,2 vezes.

Por volta de 13h10 (horário de Brasília), as ações da companhia recuavam 10,79%, a R$ 4,30, engatando a terceira sessão no vermelho e figurando entre os piores desempenhos do Ibovespa, que perdia 0,2%.

Análise do mercado

Analistas do Safra afirmaram que, apesar do desempenho aceitável de sua unidade de Locação, a empresa continua sofrendo com um alto nível de retomadas de ativos, enquanto seu lucro foi pressionado por maiores depreciações e despesas financeiras. “O Ebitda cresceu, mas sua margem consolidada caiu 8 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024, para 66,6%. Resultado de uma pior composição de receitas devido à maior participação das vendas de ativos na receita líquida”, destacaram Luiz Peçanha e Arthur Godoy.

Já na visão de analistas do Citi, a utilização de ativos melhorou ligeiramente e o rendimento dos novos contratos parece resiliente, mas a empresa continua enfrentando cancelamentos, e a realocação de ativos pode se tornar ainda mais desafiadora em um ambiente de juros altos. Algo que os analistas Filipe Nielsen e Stephen Trent concordam. “A combinação do aumento nas vendas de caminhões usados com a rápida queda nas margens de Ebitda dos seminovos sugere que as condições de vendas são desafiadoras e podem continuar sendo um obstáculo à frente, enquanto a depreciação pode continuar subindo”, afirmaram em relatório a clientes.

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