Pessoas com doença celíaca devem ter medo de beijar? Veja o que diz cientista

A professora de medicina nutricional Anne Lee, da Universidade de Columbia, realizou experimentos com celíacos e seus parceiros sem a doença para verificar se o beijo pode ser algo preocupante na transferência de glúten de uma boca para a outra — e os resultados são promissores. Beijos de língua transferem uma quantidade pequena demais da substância para evitar o ato.

  • Origem da intolerância ao glúten é finalmente desvendada
  • O que é glúten e como viver sem ele

Na doença celíaca, que estima-se afetar cerca de 1% da população mundial, o consumo de glúten gera uma reação autoimune poderosa, podendo até mesmo ameaçar a vida do paciente. Enquanto evitar alimentos com a substância mantém o problema sob controle, a ingestão acidental também precisa ser monitorada. Isso gerava dúvidas e nervosismo quanto a parceiros não-celíacos, segundo uma pesquisa anterior de Lee.

O beijo do celíaco

No estudo, a cientista analisou dez casais com um parceiro celíaco e outro sem a doença. Estes últimos tinham de consumir dez biscoitos com glúten e esperar por cinco minutos antes de beijar ou beber 120 ml de água imediatamente antes do ato. O beijo, de língua, tinha de durar pelo menos um minuto, após o qual a saliva do parceiro celíaco era testada em laboratório.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

O glúten é comumente encontrado em pães e massas no geral, bem como na cerveja — celíacos não podem consumir a substância sob risco de reação autoimune (Imagem: Mae Mu/Unsplash)
O glúten é comumente encontrado em pães e massas no geral, bem como na cerveja — celíacos não podem consumir a substância sob risco de reação autoimune (Imagem: Mae Mu/Unsplash)

Foram dois experimentos feitos em dias diferentes, revelando que apenas dois dos vinte beijos resultaram no parceiro celíaco apresentando uma concentração de glúten na saliva acima das 20 partículas por milhão (ppm), nível considerado aceitável para produtos sem glúten. Nenhum desses beijos foi com os participantes que beberam água, e apenas um deles esteve associado com um teste de urina positivo para a substância no mesmo dia.

Nenhum dos celíacos do estudo mostrou sintomas nas seis ou doze horas após os beijos. A pesquisa foi apresentada na conferência Digestive Disease Week 2025 em San Diego na última segunda-feira (5), e ainda não foi revisada por pares. Os resultados indicam que os celíacos não devem temer beijar o seu parceiro, mas, em casos raros, a sensibilidade à substância pode ser alta, então calha tomar mais cuidado no caso de sintomas surgirem após o ato.

Leia também:

  • Vegetarianos comem mais comida ultraprocessada que carnívoros, diz pesquisa
  • O que diz a ciência sobre pão congelado antes do consumo e o efeito na saúde
  • 10 mitos sobre saúde que você escuta todos os dias

VÍDEO: 3 apps sobre alimentação saudável #Shorts

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.