Poupança tem saída mensal de R$ 6,4 bi: “mesma segurança, mais retorno” diz especialista

A caderneta de poupança registrou saída líquida de R$ 6,418 bilhões em abril, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira (9). Esse é o quarto mês consecutivo de resgates líquidos, somando R$ 52,1 bilhões no acumulado de 2025. Apesar de sua popularidade histórica, a poupança vem perdendo espaço no portfólio dos brasileiros.

O motivo? Rentabilidade travada, mesmo com a taxa Selic em patamar elevado.

A regra da poupança trava o rendimento com juros altos

Filipe Ferreira, diretor de negócios da Comdinheiro, explica que, embora a taxa de juros esteja em 9,75% ao ano, o rendimento da poupança segue limitado a 0,5% ao mês + TR, por uma regra imposta desde 2012.

Quando a Selic está acima de 8,5%, a poupança rende menos do que alternativas com o mesmo nível de risco, como os CDBs emitidos pelo próprio banco em que o investidor mantém sua conta”, afirma Ferreira. “Ou seja, mesmo com o risco bancário sendo igual, a rentabilidade é inferior.”

A ascensão da educação financeira na prática

Ferreira destaca que a migração de recursos da poupança para outros produtos financeiros é reflexo de um avanço na educação financeira dos brasileiros. “As pessoas estão mais conscientes. Elas aprenderam que é possível investir em algo mais rentável sem abrir mão da segurança”, comenta.

Produtos como:

  • CDBs de bancos tradicionais, com liquidez diária e rentabilidade de 100% a 110% do CDI;
  • Tesouro Selic, que combina segurança do Tesouro Nacional com boa liquidez;
  • Fundos DI, que seguem a taxa básica de juros com risco baixo;

têm sido os destinos preferidos para quem quer mais retorno com a mesma segurança da poupança.

Da reserva de emergência à construção de patrimônio

A mudança também reflete uma evolução no comportamento do investidor brasileiro. Antes concentrada em manter o dinheiro na poupança por hábito ou simplicidade, boa parte da população agora busca eficiência nas aplicações, mesmo em produtos conservadores.

A grande ironia do momento, segundo especialistas, é que com juros baixos, a poupança perde para a Selic por regra; e com juros altos, continua travada e também perde. “Hoje, é possível aplicar em CDBs do mesmo banco, com risco idêntico, mas com rendimento bem superior. Isso tem sido cada vez mais compreendido pelo público”, conclui o diretor da Comdinheiro.

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