EUA e China avançam em acordo comercial; próximos passos saem nesta segunda

Estados Unidos e China fizeram “avanço substancial” nas negociações comerciais após dois dias de reuniões em Genebra, segundo os representantes americanos Scott Bessent (secretário do Tesouro) e Jamieson Greer (representante de Comércio). Foi o primeiro encontro formal desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, elevou as tarifas sobre produtos chineses para até 145%.

“As diferenças talvez não fossem tão grandes quanto se imaginava. Mas houve muito trabalho de bastidor para chegarmos até aqui”, disse Greer, neste domingo (11). Os detalhes do acordo parcial devem ser divulgados nesta segunda-feira (12).

A sinalização positiva veio após horas de conversas com o vice-premiê chinês, He Lifeng, na residência do embaixador suíço na ONU. Pequim ainda não se pronunciou oficialmente sobre os resultados.

A reunião ocorre após meses de escalada: Trump justificou os aumentos tarifários como resposta à crise do fentanil, ao superávit comercial chinês e às retaliações impostas por Pequim. A China reagiu com tarifas de até 125% sobre produtos americanos, gerando um impasse sem solução à vista.

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O temor de prateleiras vazias nos EUA — como durante a pandemia — acelerou os esforços diplomáticos. Executivos do varejo americano alertaram a Casa Branca sobre possíveis choques nas cadeias de suprimento se os embargos fossem mantidos por muito tempo.

Apesar das conversas, Trump não ajudou a baixar a temperatura: antes mesmo da reunião, publicou na Truth Social que “80% de tarifa sobre a China parece certo”, deixando a decisão “a cargo do secretário do Tesouro”.

Depois, celebrou nas redes sociais o “grande progresso” e disse que houve avanços “em muitos pontos”, sem entrar em detalhes. “Foi um reset total, negociado de forma amigável e construtiva”, escreveu. Ele também sugeriu que pode conversar com Xi Jinping nos próximos dias, dependendo do que for reportado por sua equipe.

Trump relembrou ainda o acordo assinado com os chineses em 2020, no fim de seu primeiro mandato — quando Pequim se comprometeu a comprar mais de US$ 200 bilhões em produtos e serviços dos EUA. Segundo ele, o governo Biden falhou ao não pressionar os chineses a cumprir o combinado.

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