Produção de ônibus recua em abril, mas setor mantém tendência de crescimento em 2025

A produção brasileira de ônibus recuou no mês de abril de 2025, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (FABUS). Foram fabricadas 2.298 unidades no período, uma queda de 131 carrocerias em relação a março. Apesar da retração mensal, o resultado ainda representa um crescimento de 3,24% na comparação com abril de 2024, quando foram produzidas 2.375 unidades.

O destaque do mês ficou novamente por conta da intensa disputa entre as duas principais fabricantes do país: Caio e Marcopolo. A Caio manteve a liderança geral, com 639 carrocerias produzidas, impulsionada pelo forte desempenho no segmento urbano, no qual respondeu por 429 unidades. Já a Marcopolo registrou 626 unidades no total, uma a mais que no mês anterior, e dominou o segmento rodoviário com 355 ônibus fabricados, o equivalente a 43,5% da produção nacional desse tipo de veículo.

Segmentos urbanos e rodoviários puxam a indústria

O segmento urbano liderou a produção com 854 unidades, evidenciando sua importância para a mobilidade nas grandes cidades. Além da Caio, que liderou com folga, outras fabricantes como Marcopolo (203 unidades), Volare (120) e Mascarello (102) também se destacaram.

Na categoria dos micro-ônibus, 672 unidades foram produzidas, sendo a Caio novamente a líder (210), seguida por Neobus/Ciferal (194), Mascarello (121), Marcopolo (68) e Comil (7). Esses veículos são fundamentais em regiões metropolitanas, rotas escolares e em operações de fretamento.

O segmento rodoviário totalizou 816 unidades, com liderança da Marcopolo (355), seguida por Volare (173), Comil (152), Busscar (67), Irizar (60) e Mascarello (9). Já o setor intermunicipal segue em retração, com apenas 28 unidades produzidas — todas pela Mascarello.

Exportações ganham força

Apesar da queda na produção geral, o setor registrou um bom desempenho nas exportações. Em abril, foram exportadas 228 unidades, um avanço de 25,49% em relação a março. A Marcopolo lidera com folga esse mercado, com 131 unidades enviadas ao exterior, seguida por Irizar (60), Busscar (15), Comil (10), Caio (7) e Mascarello (5).

No acumulado do ano, as exportações já somam 825 unidades, refletindo o bom momento da indústria brasileira no mercado internacional.

Acumulado de 2025 mostra setor em recuperação

Entre janeiro e abril, o setor já produziu 8.626 ônibus, consolidando a tendência de recuperação iniciada em 2024. A Caio lidera o acumulado com 2.508 unidades, à frente da Marcopolo, que soma 2.151. Volare (1.111), Mascarello (1.025), Neobus/Ciferal (732), Comil (565), Busscar (330) e Irizar (204) completam o ranking.

A distribuição por segmentos mostra a predominância dos ônibus urbanos (39,95% da produção total), seguidos pelos rodoviários (29,40%), micro-ônibus (23,65%), miniônibus (6,01%) e intermunicipais (1,00%).

Apesar da queda registrada em abril, os números consolidados de 2025 mantêm o otimismo no setor. A leve retração mensal parece mais um ajuste de ritmo do que um sinal de enfraquecimento. O protagonismo de Caio e Marcopolo mostra que o Brasil continua contando com uma indústria de ônibus competitiva, tanto no mercado interno quanto externo. A alta nas exportações reforça esse potencial e pode ser a chave para equilibrar eventuais oscilações na demanda doméstica ao longo do ano.

Imagens: Rodrigo Gomes / Wellington Cadore

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