Opinião: “o que mudou na Nova York de 2025”

Há coisas que sempre se repetem em Nova York: trânsito inacreditável, um cheiro de maconha que toma conta de vários quarteirões e a multidão de brasileiros que toma conta de Manhattan nesta época do ano, por conta da Brazil Week, com vários eventos que se somam ao jantar de Gala promovido pela Brazilian-American Chamber of Commerce. Em 2025, no entanto, a Big Apple se mostrou um pouco diferente daquela de anos anteriores.

Mas, antes de mais nada, duas constatações.

Em primeiro lugar, o voo que me trouxe tinha políticos como os governadores Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado, além do ex-presidente Michel Temer. Foi interessante ver os três na fila da imigração como seres humanos comuns, sem apelar para nenhum esquema VIP de desembarque.

Seguindo uma tradição de alguns anos, eu e Cristina fizemos nosso primeiro almoço nova-iorquino no Cipriani da Quinta Avenida. Concorridíssimo e cheio de brasileiros. Em mesas diferentes, se via Wesley Batista, Maurílio Biagi, Paulo Guedes, Sergio Comolatti, Conrado Ruivo e Manoel Cintra. Isso aconteceu no período de apenas duas horas. Outros nomes de expressão da economia nacional devem ter passado por lá de domingo até hoje.

A segunda contatação: confesso que estava um tanto apreensivo por aquilo que poderia me aguardar na imigração, diante de tudo o que se comentou sobre o segundo mandato do presidente Donald Trump. Pensei que seria bombardeado por inúmeras perguntas e, precavido, imprimi a reserva do hotel, o comunicado da Brazilian-American Chamber of Commerce com MONEY REPORT entre os patrocinadores e a passagem de volta. Nada, porém, aconteceu e somente duas perguntas foram feitas pelo oficial que recebeu nossos passaportes. Nunca passei de maneira tão diligente pela imigração.

Passei tão rápido que fiquei esperando as malas na esteira durante pelo menos meia hora – fato raríssimo para quem desembarca pela manhã nos Estados Unidos e tem a concorrência de milhares de turistas do mundo inteiro na fila da imigração.

O português é falado de cabo a rabo pela Quinta Avenida, pelas lojas de grife e pelas drugstores (nestas, a portas de vidro protegendo os produtos mais caros de gatunos viraram uma regra e tomam boa parte das lojas). Alguns vendedores até arriscam palavras em nossa língua, especialmente aqueles de origem latino-americana. Neste caso, porém, eles acabam falando sua própria língua chiando as letras “d” e “t” para dar uma sonoridade brasileira ao portunhol.

A impressão que se tem é a de que, em 2025, há uma quantidade maior de compatriotas por aqui. Nesta semana, sempre tivemos autoridades dos três poderes nos eventos. Desta vez, contudo, algumas figuras carimbadas de Brasília que não necessariamente são do cenário político-partidário estão por aqui, como o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e o empresário Paulo Octavio.

Tudo isso aumenta a octanagem da Brazil Week e mostra que o conjunto de eventos ganhou um nível excepcional de conteúdo e de networking. E o consenso em Nova York é o de que a agenda de 2026 deverá ser ainda maior. Por isso mesmo, as companhias aéreas deveriam reforçar seu número de voos para cá, já que tivemos passagens de classe executiva sendo vendidas a mais de R$ 100.000,00 o bilhete.

Além disso, todos os que realizam eventos, como MONEY REPORT, terão de repensar a dimensão de suas realizações. Este é o terceiro ano seguido que MR começou a segunda-feira com dois eventos absolutamente lotados, ambos sofrendo de “overbooking” – mesmo aumentando neste ano a capacidade em 30% sobre o que foi realizado em 2024. Isso mostra o quanto a Brazil Week se transformou em uma pauta obrigatória para os decisores de nosso país. E ainda tem bastante espaço para crescer.

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