Brasil e China fecham acordo bilionário para trocar moedas sem usar dólar

Bandeiras enfeitando a Esplanada dos Ministérios para o encontro do presidente da República Popular da China Xi Jinping e o presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Banco Central do Brasil (BCB) assinou um acordo com o Banco Popular da China (PBoC) para o swap de moedas, conforme publicado pela Resolução CMN nº 5.211 de 12 de maio de 2025.

Na prática, a resolução cria um mecanismo que facilita o comércio entre Brasil e China sem precisar passar pelo dólar.

O BCB garante que essas operações respeitem critérios de equilíbrio financeiro, observando taxas de câmbio e juros internacionais. Os recursos recebidos pelo banco chinês em reais ficarão depositados no Brasil, mas com uso restrito e sem remuneração.

A nova resolução servirá para estabelecer as regras e limites de operações entre os dois países. Embora ambos tenham se envolvido com moedas digitais de bancos centrais, não está claro se o novo acordo facilitará swap também em CBDCs, como a Yuan Digital, ou como o Drex no Brasil.

Estabelece limites e condições para execução do acordo de swap de moedas entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China,” diz a resolução.

Entenda o mecanismo de troca de moedas entre bancos centrais

Um swap cambial bilateral é um instrumento celebrado por bancos centrais para trocar moedas de seus países. No Brasil, a moeda oficial é o Real brasileiro (BRL), enquanto na China a moeda é o Yuan chinês (CNY).

Em nota, o banco central brasileiro confirmou que o presidente Gabriel Galípolo assinará o acordo em Pequim, capital da China, nesta terça-feira (13).

Os presidentes do Banco Central do Brasil (BCB) e do Banco Popular da China (PBOC), Gabriel Galípolo e Pan Gongsheng, assinarão, nessa terça-feira, em evento em Pequim, um acordo de swap de moedas entre os bancos centrais. O principal objetivo desse acordo é o de fornecer liquidez para facilitar o funcionamento dos mercados financeiros em caso de necessidade“, diz o BCB em nota.

Além disso, o Bacen divulgou que os bancos centrais têm tornado comum a prática de assinar swaps após a crise financeira de 2007. O BCB afirmou que já conversa com outros bancos centrais para viabilizar acordos similares ao fechado com a China em breve.

Banco Central do Brasil tem acordo com Fed dos EUA

Em nota ao público, o BCB informou que o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed) também é um dos parceiros internacionais. O acordo, que se tornou permanente em 2021, se chama FIMA (Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility).

Na prática, isso permite que o Brasil tenha o acesso à dólares americanos por meio de operações compromissadas. A contrapartida é a compra de títulos do tesouro dos EUA.

De qualquer forma, a China avança em mais uma parceria, visto que o PBoC já tem acordos com outros 40 bancos centrais, inclusive da Europa.

Vale lembrar, contudo, que o presidente dos EUA tem acompanhado de perto as negociações entre países do BRICS que buscam evitar o uso do Dólar.

O presidente Lula também segue cumprindo agenda na China nesta terça, onde participou de uma reunião com o Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang. Na última segunda, Lula se reuniu com o presidente Xi Jinping e investidores do país.

Fonte: Brasil e China fecham acordo bilionário para trocar moedas sem usar dólar

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