Brasil Vai Exportar Farelo de Milho e Mais Produtos Avícolas para China

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O Brasil assinou protocolos com a China nesta terça-feira (13) para permitir a exportação de grãos secos de destilaria (DDGs), como é conhecido o farelo de milho derivado da produção de etanol do cereal, além de acordos para exportar mais produtos avícolas.

A exportação pelo Brasil do DDG, utilizado como insumo na ração animal, desafia o domínio dos EUA nesse mercado em meio a disputas comerciais entre China e EUA. Além deste, o país abriu o mercado chinês para a exportação de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela) e farelo de amendoim, segundo nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do Brasil.

“O Brasil alcança uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. É um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países”, Carlos Fávaro, afirmou o ministro da Agricultura.

Em 2024, a China importou US$ 155 milhões (R$ 878,7 milhões na cotação atual) de miúdos de frango, US$ 50 milhões (R$ 283 milhões) de carne de peru, US$ 1,4 milhão (R$ 8,2 milhões) de carne de pato, mais de US$ 66 milhões (R$ 373,6 milhões) em DDG e DDGS e US$ 18 milhões (R$ 102,2 milhões) em farelo de amendoim, segundo dados da aduana chinesa citados pelo ministério brasileiro.

A China já é um importante destino das exportações de carne de frango do Brasil. Além das aberturas de mercados, os governos brasileiro e chinês firmaram um memorando para abertura do mercado do país asiático para o etanol.

Em entrevista à Reuters na segunda-feira, Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), disse que Brasil e China trabalham desde 2022 para finalizar um acordo sanitário para a exportação de DDG, acrescentando que as atuais “amplas mudanças geopolíticas” representam um momento favorável para a conclusão do acordo.

“Isso abre uma oportunidade para o Brasil se tornar mais um fornecedor, mais uma opção para a China adquirir produtos de nutrição animal. Para nós, significa restabelecer e fortalecer o relacionamento entre os mercados brasileiro e chinês, que compartilham múltiplos interesses mútuos”, disse Nolasco.

Para o presidente da Unem, a abertura do mercado para o DDG brasileiro ocorreu em “tempo recorde”, marcando um “fato histórico” para o setor de etanol de milho.

O acordo, descrito em um documento do governo brasileiro ao qual a Reuters teve acesso, ressalta o esforço do Brasil para fortalecer os laços agrícolas com a China, enquanto o presidente Lula visita o país e a crescente produção brasileira de DDG impulsiona a busca por mercados alternativos. Os grãos secos de destilaria (DDGs) são altamente valorizados na alimentação animal, especialmente para suínos, bovinos e aves.

Em 2024, os EUA foram praticamente o único fornecedor de DDGs para a China, dominando o mercado com 99,6% das importações em volume, avaliadas em US$ 65,7 milhões (R$ 378,9 milhões), segundo dados da alfândega chinesa.

De acordo com Nolasco, mais de 10 novas usinas estão em construção e devem iniciar a produção de etanol de milho e DDG nos próximos dois a três anos, coincidindo com a abertura do mercado chinês.

Nolasco espera que a produção de DDG no Brasil possa atingir até 5 milhões de toneladas em 2025/26, à medida que o etanol de milho cresce e passa a ocupar mais de 20% do total produzido do biocombustível no país.

Carnes

“A abertura das três proteínas de carne de aves pode representar mais de R$ 1 bilhão em receita cambial para o nosso país”, disse Ricardo Santin, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em nota. A China já é o principal destino da exportação de soja do Brasil, além de carnes de maneira geral.

Também foi assinado o memorando entre os países nas áreas de medidas sanitárias e fitossanitárias, com o objetivo de promover a comunicação e a cooperação bilateral nesse setor.

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