O Que Significa Ser Rico no Japão

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O Japão é um destino que combina patrimônio cultural com inovação tecnológica. Com a introdução do visto para nômades digitais em 2024, o país se tornou uma opção atrativa para trabalhadores remotos. De um custo de vida mais baixo a serviços amplamente reconhecidos, o Japão oferece desde grandes centros urbanos a onsen tranquilos.

A seguir, veja o que significa ser rico no Japão e qual o alcance do poder de compra no país.

Renda média anual

De acordo com o Better Life Index da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a renda média disponível líquida por pessoa no Japão é de US$ 28,8 mil (R$ 173,2 mil) por ano, valor um pouco abaixo da média entre os 38 países membros da OCDE, de US$ 30,4 mil (R$ 182,9 mil).

Para efeito de comparação, nos Estados Unidos esse valor é de US$ 51,1 mil (R$ 306,8 mil) por ano e, no México, US$ 16,2 mil (R$ 97,6 mil).

A renda média nos Estados Unidos é de US$ 69,3 mil (R$ 416,3 mil), a mais alta entre os países da OCDE, enquanto no Japão a média salarial anual é de US$ 38,5 mil (R$ 231 mil).

Custo de vida no Japão

Em termos globais, o custo de vida no Japão é inferior ao de muitos países desenvolvidos. Veja o custo mensal médio para uma pessoa (sem incluir aluguel):

  • Suíça: US$ 1,6 mil (R$ 9,9 mil)

  • França: US$ 1,2 mil (R$ 7,2 mil)

  • EUA: US$ 1,1 mil (R$ 6,9 mil)

  • Alemanha: US$ 1,1 mil (R$ 6,8 mil)

  • Reino Unido: US$ 1 mil (R$ 6,5 mil)

  • Canadá: US$ 1 mil (R$ 6,1 mil)

  • Japão: US$ 927 (R$ 5,5 mil)

  • Itália: US$ 905 (R$ 5,4 mil)

  • Letônia: US$ 874 (R$ 5.244)

  • Grécia: US$ 832 (R$ 4,9 mil)

  • Malta: US$ 801 (R$ 4,8 mil)

  • Espanha: US$ 731 (R$ 4,3 mil)

  • Tailândia: US$ 650 (R$ 3,9 mil)

  • México: US$ 637 (R$ 3,8 mil)

  • Portugal: US$ 592 (R$ 3,5 mil)

O custo de vida no Japão é cerca de 22% menor que o da França. Quando se inclui o aluguel, o Japão continua oferecendo mais pelo mesmo valor, especialmente em comparação com os Estados Unidos. O custo de vida nos EUA é cerca de 30% mais alto que no Japão, sem contar o aluguel. Incluindo moradia, a diferença chega a 56%.

Os preços em restaurantes nos EUA são 112% mais altos do que no Japão, e os preços de alimentos, 19% maiores.

Patrimônio líquido médio

Segundo o Better Life Index da OCDE, o patrimônio líquido médio das famílias no Japão é de US$ 294,7 mil (R$ 1,7 milhão), enquanto a média da OCDE é de US$ 323,9 mil (R$ 1,9 milhão).

Nos Estados Unidos, a média é de US$ 684,5 mil (R$ 4,1 milhões), um dos maiores índices entre os países da organização.

O Japão está recebendo um número sem precedentes de turistas

Em 2024, o Japão foi o nono país mais pesquisado por norte-americanos interessados em viajar ou se mudar para lá. O ano também começou com um número recorde de turistas: 3,7 milhões de visitantes em janeiro de 2025, impulsionado pela conversão cambial favorável, que tornou o país mais acessível financeiramente.

Além disso, com o acúmulo recorde de neve, muitos turistas norte-americanos escolheram estações de esqui japonesas em março. Alguns relataram ao The New York Times que sair dos Estados Unidos e esquiar no Japão foi mais barato do que passar uma semana em Aspen ou Vail. Para operadoras de turismo especializadas em esqui na América do Norte, esta foi a maior temporada de esqui no Japão já registrada. A Ski.com informou que as reservas para a temporada 2024–2025 no Japão aumentaram 600% em relação ao ano anterior.

Embora o crescimento do turismo traga impactos positivos, o Japão também tem enfrentado os efeitos do excesso de visitantes. Em 2024, o termo “Kankō kōgai” – ou “poluição turística” – passou a fazer parte do vocabulário popular, refletindo a preocupação com o aumento descontrolado do turismo, em especial por conta da desvalorização do iene. Kyoto e Tóquio foram duas das sete localidades listadas pela Fodor’s em sua “No List 2025”, com recomendações de evitar a viagem devido à superlotação. A estimativa é de que o Japão receba 40 milhões de visitantes em 2025.

Isso ocorre porque o país aparece com frequência em listas de melhores destinos e cidades do mundo. Em 2024, o Japão ficou em segundo lugar no ranking Best Countries da U.S. News, por ser um dos países mais alfabetizados e tecnologicamente avançados do planeta, com destaque em patrimônio, influência cultural, empreendedorismo e qualidade de vida.

Tóquio apareceu na 31ª posição da lista Top 50 Cities 2025 da Time Out, não apenas por sua infraestrutura e transporte público eficientes, mas também pela capacidade de se reinventar, seja por meio da arquitetura ou da arte digital. A cidade também atrai muitos visitantes durante a temporada das flores de cerejeira, no final de março. Um estudo recente sobre os lugares mais inteligentes do mundo colocou Tóquio em 4º lugar no ranking global.

Todo o país entrou na lista de 25 destinos para visitar em 2025 da Bloomberg. No entanto, a recomendação é evitar o mês de agosto, devido às altas temperaturas. Entre as novidades, estão novos hotéis de redes internacionais, como Four Seasons e Waldorf Astoria em Osaka, além do Capella em Kyoto, e complexos de arte como a ilha de Naoshima, onde estão obras de artistas contemporâneos asiáticos renomados. A ilha também integra a lista da BBC de 25 lugares para conhecer em 2025, destacando-se por ter se transformado de um polo de poluição industrial a um centro cultural com museus e obras de arte ao ar livre.

Segundo os prêmios Readers’ Choice Awards 2024 da CNTraveler, o Japão foi eleito o melhor país do mundo em categorias como gastronomia, banhos termais, casas de banho públicas e trens de alta velocidade com rotas cênicas. Há áreas no sudoeste do arquipélago, além de sítios pré-históricos Jomon no norte, que são habitats de espécies ameaçadas e praticamente sem presença humana. Em 2024, a UNESCO também adicionou um novo patrimônio mundial ao Japão: as minas de ouro da Ilha de Sado.

A Bloomberg sugeriu uma solução possível, ainda que improvável, para equilibrar as contas públicas diante da queda na arrecadação, altos impostos internos e excesso de turistas. A proposta seria a criação de um imposto turístico, com a combinação de taxas de hospedagem e alterações nos reembolsos oferecidos em compras isentas de impostos nos aeroportos. A estimativa é de que o Japão receba 60 milhões de turistas por ano até o fim da década.

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