Febre de bebê reborn mobiliza PLs de apoio psicológico, veto no SUS e fura-filas

A febre dos bebês reborn, bonecos realistas que imitam a aparência de crianças pequenas, não está mobilizando apenas a internet no Brasil, mas também o legislativo. Na segunda semana de maio, um projeto de lei para a criação do Dia da Cegonha Reborn (artesãs das bonecas) foi aprovado na cidade do Rio de Janeiro, e agora há três outros PLs, protocolados por deputados estaduais contrários à ideia.

  • Projeto de lei quer regulamentar inteligência artificial no Brasil
  • Bebê alimentado de “fotossíntese humana” perde a vida para o absurdo

O primeiro PL é do Rio de Janeiro, de número 5327/2025, visando um programa de assistência à saúde mental de pessoas que demonstram vínculo paterno ou materno com os bebês reborn.

O segundo PL, de Minas Gerais, PL 3.757/2025, pretende proibir o atendimento de bebês reborn e outros objetos inanimados nas unidades de saúde pública do estado.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Já o terceiro é de Goiás, PL 2320/2025, cujo objetivo é proibir o uso de bebês reborn em filas para garantir atendimento prioritário em órgãs públicos, sob pena de multa de até R$ 30.000.  

Projetos de Lei com bebês reborn

O projeto de lei fluminense é de autoria de Rodrigo Amorim (União), que explicou a iniciativa como uma maneira de prevenir depressão, adoecimento e potencial suicídio de pessoas envolvidas com a paternidade das bonecas. Ele cita os objetos como “ferramenta terapêutica valiosa”, mas comenta que não podem fazer os indivíduos fugirem da realidade ou criarem dependência afetiva. Psicólogos, terapeutas e assistentes sociais fariam parte do programa sugerido pelo deputado.

Os bebês reborn são criados por artesãs para simular, ultrarrealisticamente, bebês — relatos da prática viralizaram nas redes sociais (Imagem: PxHere/CC0/Domínio Público)
Os bebês reborn são criados por artesãs para simular, ultrarrealisticamente, bebês — relatos da prática viralizaram nas redes sociais (Imagem: PxHere/CC0/Domínio Público)

Já o PL mineiro é de autoria de Cristiano Caporezzo (PL), prevendo pagamento de multa equivalente a 10 vezes o valor do serviço prestado no atendimento público no caso de descumprimento da lei. O objetivo, segundo o deputado, visa impedir o risco de vida para pacientes do SUS em detrimento de objetos inanimados, além de evitar gasto de verba pública atendendo bebês reborn.

O PL goiano foi assinado por Zacharias Calil (União), descrito como uma maneira de evitar a demora no atendimento a crianças que necessitam de cuidado urgente. A proposta também abarca assentos preferenciais no transporte coletivo e cita casos de influencers furando fila com uso de bebês reborn e filmando o ato.

A multa prevista fica entre 5 e 20 salários mínimos, ou seja, com o salário mínimo atual (R$ 1.518), os valores poderão variar entre R$ 7.590 e R$ 30.360. Os valores seriam destinados ao Fundo Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente de cidades, estados e distritos brasileiros.

Vale lembrar que, no último dia 7 de maio, o PL 1892/2023, que visa incluir o Dia da Cegonha Reborn no calendário oficial do Rio de Janeiro, foi aprovada, aguardando apenas veto ou aprovação do prefeito Eduardo Paes. Vitor Hugo, do MDB, foi o vereador responsável, buscando homenagear um grupo de artesãs de bebês reborn que entrou em contato com ele.

Veja também:

  • O que é bebê empelicado e por que esses nascimentos são raros?
  • PL da IA: entenda o projeto para regular inteligência artificial
  • Projeto de lei quer proibir menores de 12 anos nas redes sociais

VÍDEO: Câmara aprova proibição de celulares nas escolas | CTNews | #shorts

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.