Padre se recusa a batizar bebê reborn e viraliza: “Procure um psiquiatra”

Uma declaração do padre Chrystian Shankar, pároco da Diocese de Divinópolis e influenciador digital com mais de 3,7 milhões de seguidores no Instagram, viralizou nas redes sociais e reacendeu discussões sobre os limites entre fé, saúde mental e práticas modernas de devoção.

Em um vídeo publicado em suas redes, o sacerdote afirmou de forma categórica que não batiza bebês reborn, referindo-se às bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos com riqueza de detalhes. De maneira direta e com um toque de ironia, o padre disse:

“Se alguém vier até mim pedindo para batizar um bebê reborn, eu direi: ‘procure um psicólogo. E se não funcionar, procure o fabricante da boneca.’”

A fala gerou uma avalanche de comentários — enquanto muitos aplaudiram a postura firme do religioso, outros a consideraram insensível, principalmente diante de pessoas que utilizam os bonecos como ferramenta terapêutica.

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O que são bebês reborn?

Os bebês reborn são bonecas fabricadas com técnicas que lhes conferem aparência e peso semelhantes aos de recém-nascidos reais. Possuem pele com veias aparentes, cílios implantados, cabelos naturais e articulações móveis. Embora sejam objetos de coleção para alguns, também são usados em contextos terapêuticos, especialmente por mulheres que enfrentam perdas gestacionais, infertilidade ou transtornos emocionais.

Fé, saúde mental e espiritualidade

A recusa do padre reacende um debate delicado. Especialistas em saúde mental apontam que a ligação afetiva com bonecos reborn não é, por si só, um transtorno, mas pode indicar sofrimento psíquico quando a relação substitui vínculos reais. A psicóloga Juliana Gebrim observa que o uso terapêutico dos bonecos deve ser acompanhado por profissionais:

“É preciso diferenciar uma ferramenta emocional saudável de um comportamento que evidencia isolamento ou negação da realidade.”

Do lado da Igreja, o Código de Direito Canônico é claro ao afirmar que o batismo é um sacramento reservado a pessoas vivas e conscientes — ou seja, seres humanos. O gesto litúrgico visa o ingresso da pessoa na fé cristã, algo que não se aplica a um objeto inanimado, ainda que hiper-realista.

Repercussão nas redes

A publicação de padre Chrystian rapidamente obteve milhares de comentários divididos. Fiéis o defenderam por sua coerência com os ensinamentos católicos. Por outro lado, usuários apontaram que o tom da mensagem poderia ter sido mais empático, considerando que a procura pelo batismo de um reborn muitas vezes parte de um lugar de dor emocional.

 

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