Um Traço de Personalidade Surpreendente Que Pode te Atrapalhar na Cama

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Muita gente tende a acreditar que a satisfação sexual depende do “desempenho” na cama — seja o seu ou o do parceiro. Mas, na prática, há muito mais fatores envolvidos do que se pode contar.

Um desses fatores, segundo uma pesquisa publicada em fevereiro de 2025 na revista “Personality and Individual Differences”, é a inteligência emocional. Em outras palavras, a sua capacidade de reconhecer, entender e lidar com as próprias emoções pode ter um papel fundamental na qualidade da sua vida sexual.

De acordo com o estudo, existem quatro maneiras pelas quais estar emocionalmente sintonizado pode ser tão importante quanto — ou até mais do que — a performance física na cama.

1. Menos esquiva e ansiedade no apego

A forma como você se posiciona emocionalmente no relacionamento pode influenciar diretamente como você se comporta sexualmente, mesmo que nem sempre perceba isso. Tendências de distanciamento emocional — como tentar manter as pessoas afastadas ou se sentir desconfortável quando alguém se aproxima demais — costumam se refletir também na intimidade sexual.

O mesmo vale para o excesso de pensamentos e preocupações. Se você costuma se questionar o tempo todo sobre se o seu parceiro realmente gosta de você ou sobre o que ele está pensando a seu respeito, essas inseguranças provavelmente vão aparecer também na hora do sexo.

Esses padrões são conhecidos como esquiva e ansiedade no apego, e podem tornar muito mais difícil relaxar durante o sexo. No entanto, o estudo de 2025 mostrou que pessoas com níveis mais altos de inteligência emocional tendem a apresentar menos esses comportamentos. Nesse sentido, a inteligência emocional pode ajudar a desconstruir o hábito de estar sempre esperando por uma rejeição ou de se preocupar em fazer ou dizer algo “errado” na cama.

Além disso, a inteligência emocional ajuda você a perceber os mecanismos internos que podem estar influenciando seus pensamentos e comportamentos durante o sexo de forma quase inconsciente — como o motivo de sentir vontade de se afastar, ou por que bate uma insegurança ou medo de parecer carente demais. Quando você passa a fazer esse tipo de autoanálise, fica mais fácil abandonar esses padrões e, consequentemente, começar a aproveitar de verdade o momento.

2. Mais conforto com o toque interpessoal

A gente costuma pensar no sexo como um ato isolado, mas boa parte do que faz a experiência ser prazerosa — ou não — começa muito antes de algo claramente sexual acontecer.

Gestos carinhosos e sutis geralmente são o início da intimidade: uma mão nas costas, um carinho no rosto ou até mesmo o simples ato de ficar abraçado na cama. Se esse tipo de toque físico faz você se sentir desconfortável ou envergonhado fora do quarto, essa sensação muito provavelmente vai aparecer também na hora do sexo.

No entanto, segundo o estudo da “Personality and Individual Differences”, pessoas com maior inteligência emocional tendem a se sentir mais à vontade com esse tipo de contato físico — o que está diretamente associado a experiências sexuais mais satisfatórias.

Em outras palavras, quem tem mais inteligência emocional costuma estar mais sintonizado com o que o toque significa para si e também para o parceiro. E, se algo não estiver legal, essas pessoas se sentem mais à vontade para dizer o que estão sentindo ou mudar o rumo da situação, em vez de travar ou apenas fingir que está tudo bem.

3. Maior valorização do próprio corpo

Inseguranças com o corpo podem tornar muito difícil aproveitar o sexo de verdade. Para muita gente, isso é realmente algo que distrai: em vez de prestar atenção nas próprias necessidades físicas e emocionais, a pessoa se preocupa demais com o que o parceiro está vendo.

Mas o estudo de 2025 mostrou que pessoas com níveis mais altos de inteligência emocional sofrem bem menos com esse tipo de pensamento. Em geral, elas demonstram uma maior apreciação pelo próprio corpo — o que, por sua vez, está ligado a uma vida sexual mais satisfatória.

Quando você se sente à vontade na própria pele — ou pelo menos não vive em conflito com ela — é muito mais fácil se entregar ao prazer, sem ficar analisando cada movimento. Poucas coisas acabam tão rápido com o clima quanto se lembrar a todo instante de encolher a barriga ou se preocupar com como a iluminação do quarto está destacando seu corpo.

Nesse sentido, a inteligência emocional tem um papel essencial para que a experiência no sexo seja vivida de forma plena. É praticamente impossível estar presente — e muito menos sentir prazer — quando se está preso à própria autocrítica. Em vez de se perder em pensamentos sobre “imperfeições”, a inteligência emocional ajuda a identificar os momentos em que você está sendo duro demais consigo mesmo

Mais do que isso, ela também te ajuda a alinhar sua percepção com a realidade: seu parceiro realmente sente atração por você — e se não sentisse, não estaria ali com você. A partir daí, você pode parar de controlar cada detalhe da sua aparência e simplesmente aproveitar o momento pelo que ele é: duas pessoas demonstrando carinho e admiração pelos corpos uma da outra.

4. Menos comportamentos sexuais problemáticos

Algumas pessoas acabam se envolvendo em padrões de comportamento sexual que são mais compulsivos do que prazerosos — muitas vezes, sem perceber. Elas estão sempre em busca da próxima oportunidade de transar, mesmo que isso custe a relação, a autoestima ou até o desempenho no trabalho.

Um erro comum é achar que esses comportamentos problemáticos estão ligados à frequência com que a pessoa faz sexo ou ao quanto ela pensa nisso. Na verdade, o problema não está na presença dos pensamentos sexuais em si — afinal, todo mundo pensa nisso de vez em quando, até diariamente. O verdadeiro problema está na dificuldade de silenciar ou resistir a esses impulsos

O estudo também mostrou que pessoas com mais inteligência emocional relataram ter menos pensamentos e comportamentos desse tipo — e, mais uma vez, maior satisfação sexual no geral. Isso provavelmente acontece porque essas pessoas conseguem entender melhor o que está por trás do desejo, em vez de simplesmente reagir a ele sem refletir.

Para quem tem dificuldade em lidar com a própria libido, a inteligência emocional pode ajudar a evitar que o sexo vire uma válvula de escape. Ela permite perceber a diferença entre querer e precisar de atividade sexual. Você pode acabar identificando quando está, na verdade, buscando validação, distração ou um alívio para o estresse — e, assim, começa a encontrar outras formas de suprir essas necessidades. Com isso, quando o sexo acontece de maneira natural, ele tende a ser muito mais prazeroso do que antes.

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