Einstein estava errado? | Teoria pode tornar “gravidade quântica” uma realidade

Parece que físicos encontraram uma nova forma de unir a gravidade à física quântica, um dos problemas que mais perturba os estudiosos da área. Em novo estudo publicado na revista Reports on Progress in Physics, pesquisadores sugerem uma reformulação da gravidade, que poderia levar a uma descrição compatível com a física quântica — e sem a necessidade da Teoria das Cordas e de outros modelos mais especulativos. 

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Basicamente, eles sugerem repensar o comportamento da gravidade no nível mais fundamental. Para entender, é importante ter em mente que a gravidade, a força forte e fraca e o eletromagnetismo são as forças fundamentais da natureza, ou seja, estão por trás de tudo que acontece no universo. 

Quase todas podem ser descritas pela teoria dos campos quânticos — a exceção é a gravidade. Na Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein, a gravidade é descrita como uma distorção do espaço-tempo causada pela massa e energia. O problema é que ao tentar combinar a teoria quântica com a relatividade geral, os físicos se deparam com inconsistências matemáticas.


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A Relatividade Geral descreve que a gravidade distorce o tecido do espaço-tempo (Reprodução/Gerd Altmann/Pixabay)

É aqui que entra o novo estudo, que propõe interpretar os campos gravitacionais de uma forma que imite a estrutura das teorias do campo quânticos conhecidas. “A principal descoberta é que a nossa teoria oferece uma nova abordagem à gravidade quântica de um jeito que se parece com a formulação de outras interações fundamentais do Modelo Padrão”, explicou o coautor Mikko Partanen. 

No caso, o modelo deles traz a gravidade mediada por quatro campos interrelacionados, cada um parecido com aquele do eletromagnetismo. Eles respondem à massa como os campos magnéticos e elétricos respondem às cargas e correntes, e interagem entre si (e com os demais do Modelo Padrão da Física conforme proposto pela Relatividade Geral clássica — enquanto permitem a incorporação de efeitos quânticos. 

Como o novo modelo trabalha com teorias quânticas bem estabelecidas, ele evita os problemas matemáticos que impediram o avanço das inúmeras tentativas de combinar a relatividade geral à física quântica. “As principais vantagens ou diferenças em comparação com muitas outras teorias de gravidade quântica são que nossa teoria não precisa de dimensões extras que ainda não têm suporte experimental direto. Além disso, a teoria não precisa de nenhum parâmetro livre além das constantes físicas conhecidas”, finalizou o coautor Jukka Tulkki. 

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