Apneia do sono e Alzheimer: qual a relação entre essas condições?

A apneia do sono é uma condição médica que vai além de um incômodo noturno e pode influenciar seriamente a saúde geral. Caracterizada por breves interrupções na respiração durante o sono, a apneia tem implicações que interferem tanto na saúde física quanto mental. Estudos recentes sugerem que essa condição pode ter um papel significativo no declínio cognitivo e no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Em um artigo da revista “Neurology”, a apneia do sono foi identificada como um potencial contribuinte para o aumento do risco de demência. Essa ligação é particularmente preocupante, considerando o impacto devastador das demências na saúde pública global. Além disso, a pesquisa publicada no “American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine” observou que pessoas com apneia do sono apresentavam mais depósitos amilóides no cérebro, uma característica do desenvolvimento de Alzheimer.

Como a apneia do sono pode afetar o cérebro?

A relação entre apneia do sono e deterioração cognitiva ainda é tema de estudos, mas evidências sugerem uma conexão direta. As interrupções do sono causadas pela apneia causam fragmentação do descanso noturno, prejudicando a função restauradora essencial para o cérebro. Esse ciclo de interrupções repetidamente desregula o equilíbrio homeostático do corpo, impactando a saúde cerebral.

Renata Aurichio, especialista em fisioterapia do sono, aponta que o tratamento da apneia é crucial para quem busca prevenir ou retardar doenças neurodegenerativas. As opções incluem o uso de dispositivos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP), que ajudam a manter as vias aéreas abertas durante o sono.

Apneia do sono e Alzheimer: qual a relação entre essas condições? | Reprodução: Freepik

Quais são as consequências da apneia do sono não tratada?

Quando não tratada, a apneia obstrutiva do sono pode ser mais do que apenas um fator de risco para doenças neurodegenerativas. Está associada a uma variedade de outras condições de saúde.

As principais consequências da apneia do sono incluem:

  • Sonolência excessiva diurna: a falta de sono de qualidade leva a um sono não reparador, causando sonolência durante o dia, mesmo após uma noite completa de sono.
  • Dificuldade de concentração e memória: a privação de sono pode afetar a capacidade de concentração, memória e aprendizado.
  • Irritabilidade e mudanças de humor: a falta de sono pode levar a irritabilidade, mau humor, ansiedade e depressão.
  • Aumento do risco de acidentes: a sonolência excessiva aumenta o risco de acidentes de trabalho, de trânsito e domésticos.
  • Problemas cardiovasculares: a apneia do sono está associada a um maior risco de hipertensão arterial, doenças cardíacas, arritmias e acidente vascular cerebral.
  • Diabetes: a apneia do sono pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
  • Disfunção sexual: a apneia do sono pode afetar o desejo sexual e a função erétil em homens.
  • Doenças metabólicas: a apneia do sono está associada a um maior risco de obesidade, resistência à insulina e dislipidemia (alteração nos níveis de gordura no sangue).

A gravidade das consequências da apneia do sono varia de pessoa para pessoa e depende da frequência e da duração das apneias, bem como da idade e de outros fatores de risco.

É importante ressaltar que a apneia do sono é um distúrbio tratável. Se você suspeita que possa estar sofrendo com esse problema, procure um médico para realizar um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado.

Qual a importância do diagnóstico e tratamento precoces?

O diagnóstico precoce da apneia do sono é crucial para minimizar seus efeitos sobre a saúde. Terapias eficazes, como o uso do CPAP, podem melhorar significativamente a qualidade do sono e, por consequência, a qualidade de vida. Essa intervenção pode levar à melhora nos níveis de oxigenação sanguínea durante o sono e ajudar a prevenir a fragmentação do sono.

O tratamento não só ajuda a reduzir o risco de doenças associadas, mas também promove uma mudança positiva no bem-estar geral. Para aqueles que vivem com apneia do sono, busca-se prolongar a vida e evitar a progressão de complicações mais sérias.

Curiosidade: alcançando melhores resultados com CPAP

Implementar o uso de CPAP como parte do tratamento da apneia do sono tem demonstrado altos índices de sucesso. A pressão positiva contínua ajuda a manter as vias aéreas desobstruídas, permitindo respirações mais regulares e eficientes durante o sono. Essa intervenção reduz a fragmentação do sono, melhora a qualidade geral do sono e otimiza a oxigenação corporal.

A atenção a ajustes específicos e os acompanhamentos frequentes são essenciais para garantir a eficácia do dispositivo. Adaptações também se mostram úteis para melhorar a adesão ao tratamento e assegurar benefícios a longo prazo.

A compreensão da relação entre apneia do sono e declínio cognitivo é essencial para avanços médicos e para a melhoria da saúde pública, proporcionando assim mais qualidade de vida aos indivíduos afetados por essas condições.

Para mais informações:

  • Jornal da USP: https://jornal.usp.br/radio-usp/apneia-obstrutiva-do-sono-pode-ser-um-fator-de-risco-para-demencia/

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