Thor “indigno”: saiba como Odinson perdeu e recuperou o Mjolnir

Há poucas duplas tão icônicas na Marvel Comics quanto Thor e Mjolnir. Ele que acrescenta toda a jornada de heroísmo do filho de Odin, o reúne com os Vingadores e pavimenta um caminho glorioso diante do personagem. Ainda que o deus dos trovões não precise de um martelo para fazer estrago, os dois são unidos pelo destino e podemos ver isso em centenas de HQs.

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Porém, todas duplas famosas se separam em algum momento: Zezé de Camargo & Luciano, Tico & Teco, Woody & Buzz Lightyear, eu & o casca de bala — enfim, vocês entenderam não é? O mesmo vale para o super-herói e a arma mística, que já passaram por dificuldades em seu relacionamento e caminharam por rotas separadas durante algum tempo.

Conheça a história de Thor, o “indigno” — uma trajetória de separação e superação. Brincadeiras à parte, nós do Canaltech contamos como Odinson perdeu a capacidade de utilizar Mjolnir e como ele voltou a ser digno nas HQs da Marvel Comics. Relembre esta história conosco abaixo:

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Thor e Mjolnir vs. Gorr

Em Thor: God of Thunder #2 (2013) conhecemos Gorr, o Carniceiro dos Deuses. Se o nome dele não te dá qualquer dica de seu modus operandi, vamos ser mais diretos: seu maior objetivo era matar todos os deuses que existiam na Marvel Comics. E isso envolvia, claro, Asgard e o próprio Thor.

Claro que ele tinha razões para isso, já que a existência divina tinha o desapontado com seus excessos. Eram muitos devotos através das galáxias e pouca entrega, com pessoas se sacrificando por essa crença — como o próprio vilão quase o fez. Porém, ele enxergou a soberba e toda a distância que estes seres mantém dos “meros mortais”, o que fez sua fé virar ódio.

E, como vocês sabem, Thor pode portar seu Mjolnir por aí e salvar o mundo ao lado dos Vingadores, mas ele não é um bom exemplo de humildade. Ele entra em guerras, participa de banquetes por dias, destrói parte de Nova York e vai curtir com seus amigos super-heróis depois entre várias outras ações um tanto questionáveis. 

Você se lembra de algum momento vê-lo descer e auxiliar, de fato, aqueles que rezam por seu nome? Ou trazer um conforto para os que seguem a mitologia e costumes nórdicos em seu cotidiano? Pois é, meus caros leitores. Não acontece de forma alguma, com o herói participando de embates e tentando reverter problemas que ele mesmo criou na maior parte do tempo. 

Gorr foi atrás de Thor e um embate entre os dois foi um dos mais viscerais e intensos da sua carreira como super-herói. Mjolnir foi levado ao seu limite, mas a vitória garantiu que os deuses — independentemente da sua origem — pudessem ver a luz do sol uma vez mais. 

E, assim, mais uma narrativa se encerrava. Ou não, na verdade. Esse seria apenas o início de uma longa jornada que faria Odinson se tornar um ser considerado “indigno” e não pudesse erguer seu próprio martelo. 

O Pecado Original

Na saga Original Sin (2014), Nick Fury estava com o olho do Vigia sob sua responsabilidade e enxergou verdades complexas dentro do Universo Marvel. Isso levou vários super-heróis e vilões a tentar confrontá-lo, seja por não concordarem com seu curso de ações ou para tentarem evitar que alguma revelação emergisse para todo o mundo.

Thor tentou impedir os planos de Nick Fury, mas acabou sendo incapacitado em definitivo quando o espião falou um conjunto de palavras em seu ouvido. Ao ouvir, o deus dos trovões derrubou Mjolnir e não conseguia mais levantá-lo. Ou seja: ele se tornou indigno ao saber algo. E o que foi dito a ele? Foi esta a frase:

“Gorr estava certo”, FURY, Nick — The Unworthy Thor #5 (2017)

O que essas palavras significam? Simples, que Thor e os outros deuses não agiam de forma correta e que a jornada de Gorr tinha certo sentido. Já que as existências divinas mentiam, condenavam os mortais e eram egoístas — o que os tornariam “indignos” de ocupar uma posição de tanto privilégio na Marvel Comics.

Thor se abalou profundamente ao descobrir isso, o que levou Mjolnir a considerá-lo indigno de usar seu poder. Se você não sabe, é bom conscientizar: ele tem uma consciência própria e ficou parado na Lua. Esperando por alguém que pudesse erguê-lo novamente e ajudar as pessoas em seu sofrimento e frustrações. 

Enquanto isso, Thor Odinson partiu em uma jornada mais introspectiva e que ajudaria ele a descobrir quem era — a partir do ponto em que ele próprio se enxerga como indigno, seja de portar Mjolnir ou de fazer parte do reino de Asgard ao lado de deuses tão soberbos. Isolado e sem seu principal equipamento ao lado.

A Poderosa Thor

Enquanto o deus dos trovões estava em uma jornada pessoal para compreender sua existência, outra pessoa conseguiu encontrar Mjolnir e ter acesso aos poderes que o martelo carregava: Jane Foster, como visto em Thor #1 (2014). 

Antiga paixão do super-herói, ela se mostrou digna o suficiente para controlá-lo e passou a salvar o mundo ao lado dos Vingadores e contra os vários preconceitos de Asgard. Inclusive, ao descobrir que outra pessoa estava com seu martelo, ele logo surgiu diante da Poderosa Thor e entregou seu próprio nome a ela. A partir daquele momento, ele seria apenas Odinson. 

Porém, o que ele não sabia é que a heroína estava lutando mais do que contra vilões. Ela encarava um câncer em estágio avançado. E a cada vez que usava os poderes do Mjolnir, ela sentia seu corpo adoecer ainda mais: já que os poderes anulavam não apenas a doença da personagem (temporariamente), mas também todo o progresso realizado no tratamento da quimioterapia (de forma vitalícia). 

Jane Foster tentou parar de usar os poderes de Thor, mas como diz o ditado, o mal nunca descansa. O surgimento de Mangog a obrigou a entrar em ação mais uma vez — ainda que isso significasse a sua morte. No confronto, ela usou as correntes Gleipnir para disparar Mjolnir na direção do Sol junto ao vilão — o que matou a entidade, mas também destruiu o martelo. 

Sem o martelo e com o embate encerrado, Jane Foster faleceu de câncer. Um desfecho triste, mas não nas HQs: já que ninguém fica morto por muito tempo, os asgardianos trataram de revivê-la e garantir sua presença ao lado deles dentro dos halls do palácio. 

De volta ao universo dos vivos na Marvel Comics, ela entregou a Thor o único pedaço de Mjolnir que conseguiu recuperar da batalha contra Mangog. Ao segurar o fragmento em suas mãos, ele percebeu que voltou a ser considerado digno — o que permitiu que voltasse às suas aventuras, mesmo sem a presença completa do martelo.

Thor em sua dignidade

O deus dos trovões ficou sem seu icônico martelo por muitos anos, ao menos até a saga War of the Realms (2019). Nela, vemos Malekith se libertando da prisão e voltando ao plano de se tornar um grande rei e conquistando aliados de procedência um tanto duvidosa: como Laufey e Loki.

A partir disso, ele partiu para uma verdadeira guerra contra os Dez Reinos (com a adição de Heven, lar dos anjos). Thor soube que isso era um embate grande demais para lidar sozinho e teve de sacrificar um olho e os últimos fragmentos de Mjolnir para fazer algo: recrutar versões suas do passado e do presente, assim como Jane Foster — que usou um Mjolnir de uma realidade alternativa, mas isso é uma outra história.

Com o apoio dos Vingadores e de três Thor, Odinson ordena que o deus das tempestades forje novamente o Mjolnir no sol. Isso traz o martelo de volta às histórias do poderoso super-herói, que derrota Malekith e salva o dia da invasão dos elfos das trevas. A partir disso, ele começa a atuar como o Rei de Asgard e o “Pai-de-Todos”. 

Leia mais sobre o indigno Thor

Caso você queira ler toda a história de como Thor perde o Mjolnir, se torna indigno e recupera seus poderes, pode ler as seguintes HQs:

• Thor: God of Thunder #1-24 (2012)
• Original Sin #1-8 (2014)
• Original Sin: Thor & Loki #1 (2014)
• Thor: God of Thunder #25 (2013)
• Thor #1-8 (2014)
• Thors #1-4 (2015)
• The Mighty Thor #1-14 (2015)
• The Unworthy Thor #1-5 (2016)
• The Mighty Thor #15-23 (2016)
• The Mighty Thor #700-706 (2017)
• War of the Realms #1-6 (2019)

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