O que uma fonte precisa para segurar uma RTX 5090?

O processo de fabricação de semicondutores vem evoluindo ano após ano, tornando os chips mais eficientes sem perder desempenho. Porém sempre existe a exceção para toda regra. Nesse caso, estamos falando da GPU NVIDIA GeForce RTX 5090, a atual placa de vídeo mais forte do mercado e que consome quase 600W.

• O que é o selo 80 Plus?
• Conheça os 6 principais problemas das GeForce RTX 50

Se olharmos para a melhor GPU do Time Verde há 10 anos, temos a GTX 980 Ti, um chip feio em 28 nm com 8 milhões de transistores e die medindo 601 mm². Essa placa de vídeo tinha TDP de 250W, o equivalente a uma RTX 5070.

Por outro lado, a poderosa GeForce RTX 5090, com chip fabricado em 5 nm, 92.200 milhões de transistores e die medindo 750 mm², tem TDP base de 575W, podendo passar facilmente de 600W dependendo do modelo. Aqueles que oferecem overclock, por exemplo, consomem mais.

–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–

O Canaltech conversou com Anderson Viana, gerente de marketing da Gamemax Brasil, para entender a importância de uma fonte de energia quando se trata de uma GPU tão exigente, principalmente pareada com outros componentes que consomem muito, como uma CPU Intel Core i9-14900K, por exemplo.

Segurança de uma fonte de energia

Um PC com uma RTX 5090 precisa de uma fonte de qualidade e não deve existir economia nesse aspecto. Não só para realmente empurrar a GPU, mas também para operar de forma segura com proteções contra temperatura alta, tensão alta, variação de tensão entre várias outras.

Boa parte dessas proteções aparecem como as siglas OTP, OCP, SCP, OVP/UVP, OPP e SCP, por exemplo. Todas elas são proteções contra curto-circuito, sobrecarga de energia, oscilação de tensão para cima ou para baixo, corrente acima do normal e superaquecimento.

Essas proteções fazem com que uma fonte, na maioria das vezes, não chegue a queimar em caso de problema. Anderson explica que “mesmo nessas situações de estresse absoluto, ela não queima, ela desliga e protege os componentes internos”. Ele complementa dizendo que qualquer fonte projetada para uma GPU no patamar da RTX 5090 terá essas proteções.

“Muito dificilmente uma fonte ATX 3.0 ou ATX 3.1 não vai ter essas proteções. É bem, bem raro mesmo”, adiciona. Essas fontes mencionadas pelo gerente de marketing da Gamemax Brasil são aquelas com o novo padrão de conectores de 16 pinos que estreou com a RTX 3090 e ficou conhecida com a RTX 4090.

Ele reforça que qualquer fonte de marca confiável de mais de 10 anos atrás terá todas essas proteções essenciais para o bom funcionamento de todo o PC. Já aquelas fontes mais simples, que vemos comumente em PCs de escritório, dificilmente contam com todas essas garantias, já que elas são projetadas para lidarem com carga de energia consideravelmente mais baixa por causa do hardware mais simples que precisa alimentar.

Potência e selos de eficiência

O primeiro e principal aspecto de uma fonte que chama a atenção é sua potência em Watts. Em seguida, vem os selos de eficiência 80 Plus e suas variantes. Para uma máquina com uma RTX 5090, é preciso ficar de olho na potência, já que é esse valor que vai determinar todo o PC com uma GPU desse nível será alimentada corretamente.

Em relação aos selos de eficiência, “no fim das contas, só vai determinar quanto de energia você vai pagar no fim do mês”. Anderson reforça que fontes acima de 1000W costumam contar com selo 80 Plus Gold, mas existem versões com o selo 80 Plus Platinum, que conseguem ser ainda mais eficientes.

Ele explica que fontes desse nível costumam contar com componentes de qualidade, ideal para configurações que puxam muita energia, como a GPU Blackwell topo e linha e um Core i9-14900K, por exemplo:

“Às vezes, vale a pena comprar uma Platinum, não por ela ser, necessariamente, uma Platinum, mas porque você tem componentes melhores nessa fonte. Se ela está entregando mais eficiência, é muito mais provável que ela esteja com capacitores melhores, com circuitos melhores, para comportar uma eficiência mais alta”.

O representante da Gamemax Brasil lembra ainda que a recomendação de fonte por parte das fabricantes de placa de vídeo é baseada em uma estimativa que contempla outros componentes, como um processador mais forte e exigente, SSDs, fans, entre outros.

“A RTX 4060 tem TDP de 115W, mas eles vão colocar na caixa que você tem que ter uma fonte de 500W, justamente porque eles não sabem sua configuração. Às vezes, você está colocando um Core i9 junto com uma placa de vídeo de R$ 1.500, porque tem gente que faz isso”, adiciona.

Capacitores de qualidade

As fontes de qualidade passam por testes que colocam a prova sua capacidade. Um exemplo são picos de 100% do consumo de sua potência. Uma GeForce RTX 5090, segundo Anderson, tem picos de 1000W que acontecem muito rapidamente. Isso tem potencial para levar qualquer fonte a seu limite em questões de pouquíssimos segundos.

“Para uma fonte ser certificada nesse padrão do PCI Express 5.0, ela precisa ser capaz de fornecer essa energia de até 100% da capacidade entre 3 e 5 segundos”, explica. “Não significa que ela vai ficar muito tempo assim, porque senão ela também não aguentaria. Mas a fonte precisa ser capaz de alimentar esses picos que a placa de vídeo pode exigir durante essa determinada quantidade de tempo”.

Caso os capacitores sejam de má qualidade, a fonte não consegue sustentar esses picos, já que exigem muito dos componentes. Ainda mais considerando que em uma única linha, a de 12V, sai mais de 600W dos conectores PCIe 5.0 no caso de uma RTX 5090 nesses momentos de picos.

Além disso, é sempre bom ter em mente que GPUs high-end como essa são usadas, na maioria das vezes, em jogos bastante pesados, com ray tracing e resoluções altas como 4K. Por isso, elas operam em seu consumo máximo, exigindo da fonte o tempo todo. Se considerarmos renderização de vídeo profissional, isso é ainda mais acentuado.

“Então a importância dos capacitores nesse tipo de componente, especialmente por causa desse conector, é muito importante, justamente para que essa fonte tenha durabilidade”, explica Anderson. Ele reforça que não tem a ver com a performance do PC em si, mas sim com a durabilidade da fonte.

Conexão de 16 pinos nativa para RTX 5090

Não seria exagero dizer que qualquer fonte moderna de alta potência vem com o conector 12V-2×6, a segunda geração do 12VHPWR. Esse conector entrega 600W e é ideal para a GeForce RTX 5090 e as outras GPUs topo de linha da NVIDIA de gerações passadas, como a RTX 3090/3090 Ti, RTX 4080, RTX 4090 e RTX 5080. Alguns modelos da série XX70 também usam essa conexão, embora não seja necessário por conta de seu consumo.

Com isso em mente, um usuário que está montando um PC do zero com a GPU NVIDIA Blackwell top de linha já estará de olho também em uma fonte atual totalmente compatível. Porém existe a possibilidade de usar adaptadores de 16 pinos em fontes poderosas de anos atrás e existe um perigo nisso.

“Geralmente, o problema do adaptador é a qualidade duvidosa dele, porque você já tem um conector que é muito sensível. Ele foi feito para placas de vídeo que passam muita energia num único cabo”, comenta Anderson. “Eu recomendo que as pessoas comprem uma fonte nativa, seja ela 3.0, 3.1, mas 3.1 de preferência”.

O gerente de marketing da Gamemax Brasil reforça que donos de fontes de 1200 ou até 1600W de anos atrás, de um período anterior ao padrão atual, troquem suas fontes para usar uma RTX 5090, mesmo que elas tenham capacidade. O principal motivo é o conector nativo 12V-2×6 presente nos modelos atuais, algo muito importante para a GPU. Além disso, adaptadores já provaram que não são tão confiáveis.

Conclusão

A fonte é um componente extremamente importante para o PC, independentemente de seu nível. Mas é ainda mais quando falamos de configurações topo de linha, já que o hardware desse nível é bem mais exigente no fornecimento de energia em relação aos segmentos mais populares.

Considerando uma máquina com uma GeForce RTX 5090 e um processador high-end também, sempre dê preferência para fontes de muita qualidade, com potência de sobra, como 850W para cima, com selos de eficiência e todas as proteções. A Gamemax, por exemplo, tem fontes de 850, 1050 e 1250W, já preparadas com o padrão 12V-2×6 para as GPUs exigentes atuais.

Veja mais do CTUP:

• Qual é a taxa de atualização máxima em Hz que minha placa de vídeo suporta?
• Advanced Low Power Island: conheça a nova arquitetura de baixo consumo da Intel
• Como saber se a memória RAM é compatível com a placa-mãe e com o processador?

Leia a matéria no Canaltech.