Microsoft desenvolve fluido de resfriamento com IA e mergulha PC para testar solução

Durante a apresentação de encerramento da Microsoft Build 2025, a empresa revelou um experimento inusitado: a criação de um novo líquido de imersão para resfriamento de PCs desenvolvido com apoio de inteligência artificial — e testado com sucesso ao submergir uma placa-mãe em pleno funcionamento.

A novidade foi apresentada por John Link, gerente de inovação da empresa, e demonstra como a IA vem assumindo funções mais autônomas e complexas na área de pesquisa aplicada.

Submerso e rodando Forza

O projeto envolveu a criação de um composto sintético totalmente livre de PFAS, os chamados “forever chemicals”, amplamente utilizados em soluções de resfriamento, mas associados a riscos ambientais e à saúde humana.

No experimento, uma placa-mãe e um processador foram completamente mergulhados no novo líquido isolante — e o sistema funcionou normalmente, inclusive rodando o jogo Forza Motorsport durante o teste.

O método é conhecido como resfriamento por imersão, técnica em que todo o hardware é mergulhado em um fluido dielétrico, ou seja, que não conduz eletricidade. A água, apesar de eficaz termicamente, é inviável por provocar curtos-circuitos. Já o novo fluido da Microsoft busca preencher essa lacuna de forma mais segura.

IA autônoma e química computacional

A substância foi desenvolvida com auxílio de um sistema de IA chamado Microsoft Discovery, um agente de pesquisa baseado em raciocínio autônomo.

Diferente das interações convencionais com o Copilot, essa técnica utiliza agentes especializados que atuam em conjunto para resolver tarefas específicas — no caso, cruzando dados químicos com restrições ambientais e critérios técnicos, como ponto de ebulição e rigidez dielétrica.

O modelo utilizou um agente voltado para química e outro com acesso a um banco de dados de conhecimento técnico, que juntos conseguiram filtrar moléculas com potencial real de uso e que não violassem as exigências ambientais relacionadas aos PFAS.

Segundo Link, o composto encontrado pertence à família dos alquenos, hidrocarbonetos com dupla ligação que podem ser ajustados para fins industriais, incluindo aplicações em resfriamento.

A IA da Microsoft não apenas sugeriu moléculas viáveis, como indicou uma formulação que foi sintetizada e testada com sucesso em um PC real

Da teoria à prática: um novo caminho para inovação técnica

O experimento da Microsoft sinaliza uma mudança no uso da IA na pesquisa aplicada: saindo da simples automatização de tarefas para atuar como agente criativo em problemas complexos.

O resultado, portanto, não foi só teórico: houve a síntese do fluido em laboratório, aplicação direta em hardware sensível e validação funcional, algo incomum em demonstrações públicas com IA.

Além do impacto técnico, a substituição de substâncias com alto potencial de dano ambiental por compostos mais sustentáveis é um passo importante dentro de cadeias industriais de larga escala.

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O que esperar do futuro?

A empresa ainda não revelou planos para a comercialização do fluido ou sua aplicação em Data Centers ou produtos comerciais. No entanto, a demonstração serve como prova de conceito para o uso de IA em processos de descoberta científica e abre espaço para aplicações semelhantes em áreas como farmacologia, energia e novos materiais.

Fonte: Microsoft (YouTube)

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