Investidores globais migram para ações fora dos EUA: Brasil se destaca como destino

A migração de investidores para ações fora dos Estados Unidos tem colocado o Brasil no radar dos grandes fundos globais. Segundo Celson Plácido, CEO da AMW, essa movimentação ocorre por fatores técnicos, como o rebalanceamento de carteiras, mas também pelo otimismo crescente com o mercado brasileiro.

Estamos vendo um movimento importante de entrada de fluxo estrangeiro na B3. Nos últimos 30 dias, a Bolsa subiu quase 7%”, destacou Plácido, em entrevista à BM&C News. Ele ressalta que esse movimento, mesmo em meio a juros ainda elevados, pode sinalizar o início de uma reprecificação mais robusta dos ativos locais.

Alta dos juros levou à fuga da renda variável no Brasil

Plácido lembrou que, nos últimos anos, o ambiente de juros altos no Brasil — atualmente em 13,75% — reduziu drasticamente a exposição à renda variável por parte de investidores institucionais, fundações e pessoas físicas. “A alocação em Bolsa chegou a níveis historicamente baixos. Mas agora, com a expectativa de queda da Selic a partir de 2025, o cenário começa a mudar”, disse.

Para o executivo, empresas endividadas devem ser as primeiras beneficiadas, pois terão redução no custo do capital. “Isso tende a melhorar resultados futuros e atrair ainda mais fluxo para ações, especialmente em setores como bancos, infraestrutura e consumo.

Fundos e fundações voltam a olhar para risco

Celson Plácido também citou as fundações que precisam cumprir metas atuariais exigentes — como IPCA + 7% — e que devem, portanto, voltar a assumir mais risco. “Com a renda fixa perdendo atratividade no horizonte de médio prazo, a Bolsa volta a ser um caminho obrigatório para bater essas metas”, explicou.

Segundo ele, a discussão passa a ser não mais sobre ‘se’ deve haver renda variável na carteira, mas ‘quanto’ deve ser alocado, considerando o perfil de risco do investidor.

Potencial de valorização do Brasil ainda é expressivo

Apesar da recente alta, Plácido acredita que a Bolsa brasileira ainda está barata. “O múltiplo preço/lucro do Ibovespa está em cerca de 8 vezes, podendo ir para 10 vezes. Isso indica que ainda há espaço para valorização de mais de 20%”, projetou.

A combinação de ativos descontados, expectativa de queda de juros e fluxo estrangeiro cria um ambiente favorável para o Brasil, segundo o CEO. “Se o investidor não estiver posicionado, pode perder a chance de capturar uma alta significativa em um curto espaço de tempo. O custo de oportunidade está muito alto”, alertou.

Fluxo internacional e dólar mais fraco favorecem Brasil

Além dos fundamentos domésticos, o cenário global também contribui para o otimismo com o mercado brasileiro. Com os principais bancos centrais do mundo — como o Fed e o BCE — indicando cortes de juros, o dólar tende a se enfraquecer, o que torna ativos de países emergentes mais atrativos.

A China já iniciou esse movimento, e o Brasil, mesmo com queda de juros só em 2025, deve se beneficiar do diferencial de taxas e da atratividade da nossa Bolsa”, concluiu Plácido.

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