JBS terá ações listadas em Nova York após votação apertada entre minoritários

A assembleia mais importante da história da JBS teve desfecho favorável para a companhia da família Batista.

Os acionistas minoritários aprovaram nesta sexta-feira (23) a proposta de dupla listagem das ações na Bolsa de Nova York (Nyse), abrindo caminho para que a empresa passe a integrar o mercado americano com um modelo de governança mais alinhado a seus concorrentes globais.

Com a aprovação, a JBS avança para listar as Class A Shares na NYSE, com BDRs lastreados na B3. A reestruturação visa ampliar o acesso a capital internacional, buscar valorização em múltiplos mais altos e eventualmente integrar o índice S&P 500.

Estrutura de comando — antes e depois da dupla listagem

Antes: A JBS S.A. no Brasil era diretamente controlada pela holding da família Batista (J&F + FIP Formosa), pelo BNDESPar e pelos acionistas minoritários. Sob esse guarda-chuva, a JBS S.A. detinha operações como Friboi, Seara, as unidades de processamento de carne bovina nos EUA, Pilgrim’s e outras subsidiárias internacionais.

Depois: A criação da JBS N.V., sede jurídica na Holanda, insere uma nova holding intermediária. A cadeia de controle passará a ser:

  1. LuxCo (Luxemburgo): controlada por J&F + FIP Formosa (50% Joesley, 50% Wesley Batista).
  2. BNDESPar (Brasil) e acionistas minoritários (Brasil): manterão participação direta na JBS N.V.
  3. JBS N.V. (Holanda): emissora das Class A Shares na NYSE e lastro para os BDRs Nível II na B3.
  4. Brazil HoldCo (Brasil): companhia limitada que receberá temporariamente as ações da JBS S.A. durante a transição.
  5. JBS S.A.: continuará como empresa operacional, controlando Friboi, Seara, operações nos EUA, Pilgrim’s e demais negócios.

Essa reorganização cria uma estrutura multinível que separa claramente a dimensão de governança internacional (via JBS N.V.) do controle operacional local (via JBS S.A.), mantendo as operações inalteradas no dia a dia.

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