Starship | Acidentes, rumores sobre falhas e a previsão de lançamento para 2026

A SpaceX, companhia aeroespacial de Elon Musk, trabalha há anos no Starship, o maior e mais poderoso foguete já criado. O motivo? O veículo é a grande aposta do bilionário para levar humanos a Marte e colonizar o Planeta Vermelho. O caminho até o plano ousado se tornar realidade é longo, e segue marcado por uma série de testes de voo de protótipos, que acabaram em explosões. Mas nada disso desanimou a empresa, que continua desenvolvendo o lançador.

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Primeiro, voltemos a 2016, ano em que Musk descreveu pela primeira vez o que chamou de “Sistema de Transporte Interplanetário”. Na época, o veículo — ainda sem nome — seria composto por uma grande espaçonave e um foguete, e ambos seriam total e rapidamente reutilizáveis. O foguete seria lançado para a órbita da Terra, e voltaria para pousar na vertical; enquanto isso, a espaçonave seguiria viagem à Lua, Marte ou algum outro destino escolhido.

Juntos, o Starship e Super Heavy formam um foguete com mais de 120 m de altura (SpaceX)

Ali, nascia o que hoje conhecemos como o foguete Starship e seu propulsor Super Heavy.


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Quase dez anos depois, a SpaceX continua trabalhando no sistema, que promete levar até 100 tripulantes em seu interior. “Este é o caminho mais rápido para a construção de uma cidade autossustentável em Marte”, declarou Musk em 2019. 

Até agora, a SpaceX realizou uma série de testes de voo com seus protótipos: o Starship, por exemplo, foi lançado em testes em altitudes cada vez maiores. Em 2023, a empresa se aventurou em seu primeiro teste de voo orbital, que acabou em uma bela explosão causada por falhas em vários dos seus motores. Foi somente em 2024, no quarto teste de voo, que o booster e a espaçonave pousaram de forma controlada, sem explodir. 

Já no sexto teste de voo, o propulsor sofreu uma anomalia durante o pouso e logo explodiu em uma grande bola de fogo. No sétimo, o Super Heavy pousou conforme o esperado, mas o Starship explodiu e deixou uma chuva de detritos nas cidades próximas — segundo a SpaceX, o incidente foi causado por estresse excessivo no sistema de propulsão, que levou a vazamentos de propelente e incêndios. 

 

No momento, a SpaceX se prepara para o nono teste de voo do foguete. Para realizar o lançamento, a empresa precisa aguardar que a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos conclua as investigações da explosão do teste anterior, ocorrida menos de 10 minutos após o lançamento. O desfecho causou uma chuva de detritos na região das Bahamas. 

Viagem a Marte?

As explosões alimentaram especulações nas redes sociais, com alguns questionando possíveis falhas no projeto do Starship. Por outro lado, é importante lembrar que estes desfechos são esperados pelos engenheiros. Afinal, este é um veículo extremamente novo, e cada lançamento proporciona dados valiosos para a empresa.

“Com um teste assim, o sucesso vem do que aprendemos, e o voo de hoje vai nos ajudar a melhorar a confiabilidade do Starship”, declara a SpaceX em seu site. 

 

Estes vários testes de voo — bem como aqueles que ainda estão por vir — são algumas das etapas que fazem parte do principal objetivo da SpaceX: levar humanos a Marte. Para Elon Musk, os primeiros voos ao Planeta Vermelho podem acontecer em 2026. É o que ele sugeriu em publicações no X, antigo Twitter, em 2024.

“Estes vão ser testes de voo não tripulados para testar a confiabilidade de pouso intacto em Marte”, escreveu. 

Se tudo correr bem nestas primeiras missões, então os primeiros voos tripulados para lá ocorreriam em 2029 — “embora 2031 seja mais provável”, acrescentou ele em outra publicação na rede social.

Por outro lado, ainda é preciso que o Starship realize um teste de voo orbital sem passar pelas chamadas “desmontagens rápidas e não programadas”, como a SpaceX descreve as explosões. Agora, cabe à empresa de Elon Musk continuar o trabalho para tentar cumprir o cronograma ambicioso — ou não. 

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