Quem É Marc Coucke, Bilionário e Colecionador Pré-histórico?

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Marc Coucke é uma figura bastante conhecida na Bélgica. O bilionário construiu sua fortuna do zero, através da Omega Pharma, uma gigantesca fornecedora de medicamentos, e produtos de saúde e bem-estar. A empresa foi fundada em 1987 e ficou sob sua liderança por 27 anos, até vendê-la por US$ 3,8 bilhões (R$ 21,470 bilhões). Com essa fortuna, começou a fazer pequenos investimentos em empresas de saúde.

Além de investidor, o bilionário é dono de uma equipe da Bélgica de ciclismo profissional, tem participações nos times do KV Oostende (BEL) e no Lille (FRA). Atualmente, sua holding de investimento Alycho administra um portfólio estimado em 1 bilhão de euros (R$ 6,44 bilhões). Em entrevista à Forbes França, ele deu detalhes sobre uma paixão que ele cultiva desde quando era criança: dinossauros.

Quando você começou a se interessar por dinossauros?

MARC COUCKE: Quando jovem, obviamente achava essas criaturas fascinantes. Mas há milhões de crianças que compartilham esse interesse. Foi só há cinco anos que li um artigo sobre Skinny, um primo do diplodoco com pele esclerosada, de 150 milhões de anos, que reacendeu meu interesse. A questão das cores dos dinossauros — mostrados como verdes ou cinzentos por Spielberg e por todos os artistas que trabalharam no tema — me pareceu mais complexa do que se imagina. Falei sobre isso com minha filha mais nova e, a partir daí, me aprofundei no assunto.

E o que você concluiu?

M.C.: Em resumo, duas coisas:

– Os dinossauros são a prova da beleza e da vulnerabilidade da natureza. Eles foram os reis da Terra por dezenas de milhões de anos e depois desapareceram completamente. O que será de nós, seres humanos, daqui a milhões de anos?

– Do ponto de vista econômico, seu valor era subestimado. Esses esqueletos são extremamente raros, datam de milhões de anos e custam menos do que um Picasso, embora o pintor tenha chegado a produzir duas telas por dia no fim da vida! Decidi investir.

Foi a raridade desses esqueletos que o convenceu?

M.C.: Sim, e também o fascínio que eles ainda me provocam. Posso ficar olhando para esses ossos por horas. Adquiri esqueletos de dinossauros herbívoros e um carnívoro, e sei que havia combates ferozes entre essas espécies. Ao observar esses esqueletos, faço uma verdadeira viagem no tempo.

O que você faz com eles depois de comprá-los?

M.C.: Eu os exponho ao público e também os coloco à disposição dos cientistas. O esqueleto de Vulcain, um apatossauro de 150 milhões de anos, está exposto em um fabuloso parque animal na Bélgica, o Pairi Daiza, onde vivem centenas de animais raros que podem desaparecer se não agirmos. Outros esqueletos estão instalados em uma pequena cidade nas Ardenas belgas que se transformou em uma verdadeira atração turística graças a eles, com hotéis e restaurantes se estabelecendo por lá. Quanto aos paleontólogos, eles carecem de recursos para adquirir esses vestígios de que tanto precisam para seus estudos. Estou contribuindo, à minha maneira, para a preservação da biodiversidade.

É um bom investimento?

M.C.: Para mim, é como o vinho de Bordeaux: compro em grande quantidade, sei que é um bom investimento, mas também sei que nunca vou vender! Comprei antes que os preços subissem, há três anos, e desde então recordes têm sido batidos, com alguns esqueletos sendo vendidos por dezenas de milhões de euros. Acho que o setor atingiu sua maturidade.

Atualmente, você possui cinco esqueletos. Sua coleção está completa?

M.C.: De forma alguma! Vou te dar uma notícia em primeira mão: acabei de comprar uma pequena família com quatro ou cinco membros. Eles morreram todos ao mesmo tempo, provavelmente em um terremoto ou deslizamento de terra. Estão atualmente em fase de reconstituição.

Você tem outras coleções?

M.C.: Sim, especialmente uma: tenho a mais bela coleção de Marcel Duchamp do mundo! Possuo centenas de peças — obras, cartas, fotos… Provavelmente farei um museu com elas.

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