Sanções dos EUA ajudaram a acelerar mercado de semicondutores na China

Ao proibir que empresas como a NVIDIA vendessem seus produtos para a China, os Estados Unidos acabaram estimulando o crescimento do mercado local. Essa é uma das conclusões de um relatório divulgado pelo Digitimes, que afirmou que o país oriental está se adaptando rapidamente às novas condições do mercado.

As restrições impostas pelas autoridades dos EUA, somadas a tarifas adotadas contra o rival econômico, tinham como objetivo impedir que ele crescesse rapidamente. Enquanto em alguns casos específicos isso deu certo, eles são mais pontuais do que as situações em que as medidas não funcionaram.

O próprio CEO da NVIDIA, Jensen Huang, reconheceu que os controles sobre exportação para a China foram um erro. Sua empresa não somente sofreu um prejuízo bilionário, como as restrições impostas acabaram resultando em uma oportunidade para a Huawei crescer e dominar o mercado de hardwares especializados em IA.

Crescimento de empresas na China continua alto

Como exemplo de como o mercado chinês se adaptou, o Digitimes cita o caso da Zhen Ding. Ao adotar uma estratégia “China pela China”, a companhia conseguiu aumentar em 23% sua receita anual apostando em maiores investimentos em seus negócios de substratos.

A previsão é que a companhia vai continuar se expandindo e pode até mesmo aumentar suas atividades em Taiwan para conseguir lidar com o aumento da demanda interna. O relatório também aponta que “as sanções dos Estados Unidos podem estar acelerando as ambições de semicondutores chineses” e o país “pode emergir mais forte diante das adversidades”.

Enquanto empresas como a Huawei tecnicamente ficam atrás da NVIDIA em seus produtos, fato é que agora elas têm a oportunidade de crescer em um ambiente com menos concorrência. Apesar de os EUA ter suspendido por 90 dias suas novas taxas contra o país, muitos acreditam que essa é uma situação irreversível — mesmo que o presidente Donald Trump desista da guerra tarifária que iniciou.

Fonte: Tom’s Hardware, Digitimes

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