Brasil erradica do foco da gripe aviária e notifica Organização Mundial da Saúde Animal

Foco da gripe aviária em Montenegro (RS) foi erradicado e Brasil já notificou os órgãos internacionais – Foto: Roberto Zacarias/SECOM/Divulgação/ND

O Brasil notificou à OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) sobre a conclusão da política de erradicação do foco da gripe aviária na granja comercial em Montenegro (RS), onde foi detectado um caso da doença. Segundo o relatório, as ações na região foram concluídas em 21 de maio.

O governo brasileiro informou também à OMSA que não foram identificados outros casos da doença durante a investigação epidemiológica conduzida pelo Serviço Veterinário Oficial em quaisquer áreas em um raio de 10 km do foco.

Segundo o ministério, não foi identificada, na análise laboratorial da doença, qualquer mutação relevante de resistência antiviral. “A genotipagem revelou que as amostras apresentam genótipos semelhantes aos previamente identificados em aves silvestres no Brasil”, apontou o ministério.

Ministério identificou o vírus presente no foco da gripe aviária

Os trabalhos para erradicação do foco da gripe aviária no RS iniciou em 12 de maio e, conforme o relatório, o agente é o vírus H5N1. Ao todo, 17.025 aves morreram ou foram sacrificadas, conforme relatório publicado no site da OMSA.

À OMSA, o Ministério da Agricultura informou que já adotou medidas de controle do foco da gripe aviária, como desinfecção, rastreabilidade, descarte oficial de carcaças, subprodutos e resíduos, eliminação oficial de produtos de origem animal, vigilância da zona em torno do foco, zoneamento, controle de movimentação dos produtos e abate sanitário.

Trata-se do primeiro caso no Brasil de gripe aviária no sistema comercial (IAAP, influenza aviária de alta patogenicidade). A partir da desinfecção do local e contenção do foco, o Brasil está em um “vazio sanitário” de 28 dias, período necessário para retomar o status de “livre da doença”, caso não haja novos casos.

Esse foi o primeiro caso de um foco da gripe aviária em uma granja comercial do Brasil – Foto: Divulgação/ND

Ministro descarta que humanos tenham sido infectados na região do foco da gripe aviária

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que os trabalhadores da granja não se contaminaram com a doença. “Subimos a régua no sistema de alerta”, disse Fávaro.

Ele citou que neste período outra suspeita da doença em uma granja comercial em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, foi descartado. O ministro também mencionou que está sendo investigada neste momento uma suspeita da doença em plantel comercial em Anta Gorda (RS), a 135 km de Montenegro e onde foi detectado um caso da doença de Newcastle no ano passado. “Estamos monitorando o mercado com toda a tranquilidade”, afirmou o ministro.

Brasil descartou suspeitas de gripe aviária em Santa Catarina – Foto: Freepik/ND

Sobre o caso confirmado nesta terça de gripe aviária em aves silvestres em Mateus Leme (MG), o ministro afirmou que a notificação é natural, dado que o vírus está presente em aves silvestres no País há dois anos e que o Brasil está na região de rotas migratórias do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte. “À medida que os animais que fazem essa rota têm contaminação, vão aparecer casos em animais silvestres no nosso território”, apontou.

*Com informações do Estadão Conteúdo