Novo dispositivo tem “raio exterminador” de bactérias na pele

As infecções bacterianas são um problema crescente para a saúde, ainda mais quando se observa o aumento dos casos de superbactérias que resistem aos antibióticos convencionais. Em busca de novas alternativas, pesquisadores norte-americanos testam um dispositivo com uma espécie de “raio exterminador” de patógenos. Assim, as bactérias são literalmente eletrocutadas

  • Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
  • Nova classe de antibióticos elimina superbactérias e pode salvar milhões
  • Estimativa: 40 mi morrerão de infecção por superbactérias até 2050

Em fase de validação, o dispositivo pode funcionar como um adesivo para quem tem feridas crônicas — há maior risco de infecção bacteriana nesses casos. A tecnologia também pode ser replicada, com algumas adaptações, em instrumentos cirúrgicos para esterilização.

O trabalho no campo da bioeletrônica é liderado por cientistas da Universidade de Chicago e da Universidade da Califórnia em San Diego. A primeira fase da pesquisa, envolvendo testes com suínos, foi publicada na revista Device.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Dispositivo que elimina bactérias da pele

Oficialmente, a tecnologia com eletrochoques é chamada Terapia de Estimulação Antimicrobiana Bioeletrônica Localizada (BLAST). Nessa primeira rodada de testes, o dispositivo foi testado na pele de porcos infectados previamente pela bactéria Staphylococcus epidermidis.

Cientistas criam dispositivo que dá choque direcionado, capaz de matar bactérias na pele (Imagem: CDC/Domínio Público)

Este patógeno vive normalmente na pele humana, sem causar danos. No entanto, a bactéria S. epidermidis pode levar a complicações graves, caso entre na corrente sanguínea do paciente. Isso pode ocorrer através de feridas abertas na pele ou por contaminação de instrumentos, como bisturi, em cirurgias. 

Para acabar com a ameaça bacteriana, o dispositivo libera uma corrente elétrica bem fraca por meio de eletrodos. Nos testes pré-clínicos, o dispositivo emitia pulsos elétricos de 10 segundos na pele a cada 10 minutos por um período de 18 horas. Cada pulso tinha cerca de 1,5 volts, o que é uma voltagem equivalente ao dos marcapassos. 

A tecnologia teve um forte efeito antimicrobiano, já que reduziu em 10 vezes o número de bactérias presentes na pele. Também preveniu a formação de biofilmes, ou seja, os aglomerados de bactéria que podem causar infecções.

Próximos passos da pesquisa

Agora, a equipe de cientistas precisa dar continuidade nos estudos sobre o dispositivo com “raio exterminador” de bactérias, o que deve incluir testes em humanos. Se o produto confirmar a eficiência, ele poderá ser adotado no futuro na luta contra as superbactérias e poderá até diminuir a demanda por antibióticos.

Saiba mais:

Os adesivos “inteligentes” são uma estratégia nova no campo da saúde. Longe das bactérias e dos patógenos, outra equipe de pesquisadores desenvolveu um dispositivo que aponta quando uma pessoa está próxima da fadiga vocal: 

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.