Petrobras ajusta investimentos e reforça foco em dividendos

A Petrobras anunciou seu novo plano estratégico para o período de 2025 a 2029, detalhando um aumento significativo nos investimentos projetados e mudanças estratégicas na alocação de recursos. Segundo o analista Fred Nobre, da Warren, as novidades trouxeram “um impacto positivo para os acionistas e para o mercado, especialmente pela maior previsibilidade em relação aos dividendos.”

Aumento de investimentos e redistribuição de recursos

O novo plano estratégico prevê US$ 111 bilhões em investimentos, 9% a mais do que o plano anterior. Apesar do aumento, a parcela destinada à exploração e produção, tradicionalmente a área mais lucrativa da Petrobras, foi reduzida de 71,6% para 69,5%. Essa mudança reflete um foco maior no setor de refino, transporte e comercialização, que registrou um aumento de 33% nos projetos planejados.

“O aumento dos investimentos em refino é um ponto de atenção que precisa ser acompanhado de perto, pois representa uma redistribuição de recursos em áreas menos rentáveis”, destacou Nobre.

Outra mudança relevante no planejamento é o alongamento da curva de investimentos. A Petrobras ajustou o cronograma, diminuindo os valores projetados para os anos de 2025 e 2026 e concentrando os picos de investimento em 2027 e 2028. Segundo Nobre, essa decisão beneficia os acionistas no curto prazo: “Essa alteração abre espaço para mais dividendos nos próximos dois anos, o que melhora a atratividade da companhia no mercado.”

Previsibilidade de dividendos atrai investidores para Petrobras

A companhia revisou para cima sua projeção de geração de caixa operacional, garantindo não apenas os dividendos ordinários como também os extraordinários. Para os próximos cinco anos, o retorno para acionistas deve se manter em torno de 12% a 13%. “Esse nível de dividendos é atrativo, especialmente considerando o cenário de estabilidade financeira da Petrobras”, avaliou o analista.

Um dos pontos destacados no plano estratégico é o interesse da Petrobras em explorar a Margem Equatorial, apontada como uma nova fronteira de produção. Apesar do potencial, a exploração enfrenta desafios regulatórios e ambientais. “A Margem Equatorial pode ser um divisor de águas, mas ainda é uma possibilidade embrionária, com muitos debates técnicos e regulatórios em andamento”, explicou Nobre.

A nova CEO da Petrobras, Magda Chambriard, conhecida por sua defesa da exploração na região, terá papel crucial na condução desse projeto.

Como maior acionista, o governo se beneficia diretamente dos dividendos da Petrobras. “Essa previsibilidade nos dividendos ajuda no ajuste fiscal em um momento crítico para as contas públicas”, observou Nobre. Além disso, a proximidade das eleições de 2026 pode trazer mudanças significativas para a governança e as estratégias da companhia.

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