Argentina tem entrada recorde de recursos em ETF com otimismo em Milei

Um fundo de índice voltado para ações argentinas, o Global X MSCI Argentina ETF (ARGT), tem chamado a atenção com aportes históricos. Apenas na última semana de novembro, o fundo recebeu US$ 144 milhões, marcando um salto impressionante em seus ativos, que passaram de US$ 104 milhões para cerca de US$ 750 milhões desde a posse do presidente Javier Milei.

Esse movimento é reflexo das políticas de Milei, que, segundo Malcolm Dorson, gestor da Global X Management, “não apenas fala, mas age”. Entre os avanços, destacam-se o superávit fiscal, a queda da inflação mensal para 2,7% em outubro e sinais de recuperação da atividade econômica.

Desafios para o sucesso sustentável na economia argentina

Apesar do otimismo, a sustentabilidade do crescimento é incerta. Analistas alertam para a necessidade de eliminar os controles de capital sem provocar impactos negativos, como a alta nos preços ao consumidor ou uma desvalorização acentuada do peso. Luis Caputo, ministro da Economia, anunciou que o governo planeja retirar essas restrições até 2025, vinculando a medida ao controle da inflação.

Porém, manter as barreiras atuais pode prolongar a recessão e dificultar negociações com o FMI, atrapalhando a captação de novos recursos e a reintegração da Argentina ao mercado global de capitais.

Investidores seguem atentos aos passos de Milei

O passado recente da Argentina ensina cautela. Entradas expressivas de capital já ocorreram sob políticas pró-mercado, mas o clima de euforia se desfez rapidamente após mudanças políticas em 2019. A presença de empresas como MercadoLibre no portfólio do ARGT, cuja maior receita vem de fora do país, também contribui para os resultados do fundo, afastando parte do impacto direto da economia local.

Mesmo assim, instituições como o Morgan Stanley reforçam sua recomendação positiva para o mercado argentino. Em relatório, estrategistas destacaram que ajustes fiscais e desregulamentações superaram expectativas em 2024. “A Argentina está sendo observada como um termômetro para outros países da região andina”, ressaltaram especialistas do banco.

Um futuro promissor ou uma nova falsa esperança?

Com os olhares de Wall Street voltados para as reformas de Milei, o mercado financeiro argentino vive um momento de otimismo. No entanto, os desafios fiscais e a necessidade de reformas estruturais exigem equilíbrio e execução precisa. A trajetória de Milei poderá consolidar a confiança internacional ou se tornar mais um capítulo de expectativas frustradas.

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