China aumenta seu controle em metais raros usados na fabricação de chips

Autoridades da China estão aumentando o controle que exercem sobre a exportação de metais raros do país. Mais especificamente, a nação asiática vai aumentar o escrutínio em recursos como gálio, germânio e antimônio, usados na fabricação de chips e semicondutores.

As informações vêm do New York Times, por intermédio do Tom’s Hardware. De acordo com o tradicional veículo jornalístico, a China começou a aumentar o controle de metais raros ainda no início deste mês, no dia primeiro de outubro. Primeiro a restrição maior começou em gálio e germânio e, agora, se estende ao antimônio também.

Wafer de semicondutores
Fonte: TSMC

Segundo a reportagem, a China passou a requerer que suas produtoras exportadoras de metais do tipo registrem relatórios detalhados do uso dos recursos em toda a cadeia de suprimentos. Além disso, o país agora considera informações sobre mineração e refinamento desses metais segredo de estado. De acordo com a publicação, duas pessoas chegaram a ser presas por vazarem dados da indústria, mas não são oferecidos detalhes a respeito.

Para estender ainda mais seu controle sobre os metais, representantes do governo da China teriam tomado medidas para adquirir refinarias estrangeiras também. O NYT reporta que a Neo Performance Materials, empresa canadense, recentemente vendeu 86% de suas ações para a Shenghe Resources, companhia chinesa que seria ligada ao Estado. Essa aquisição expande o controle da China sobre o disprósio, que é usado na fabricação de capacitores avançados. O país é responsável pela produção de 99,9% do disprósio em todo o mundo.

Refinaria da Shenghe Resources.
Fonte: Shenghe Resources

Guerra de sanções entre EUA e China afeta mercado mundial de chips

Evidentemente, uma restrição maior na exportação dos metais necessários para a fabricação de chips deve resultar no aumento de preço deles, e de todo produto que use os recursos.

O movimento da China para aumentar o controle desses commodities parece uma resposta direta às sanções comerciais que vêm sofrendo dos EUA. Enquanto o país não conta com tecnologias avançadas de fabricação de processadores, na área de mineração e refinamento desses minerais, são eles que estão na frente.

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Países aliados dos EUA, como Austrália e Bélgica, têm investido em refinarias, e a própria terra do Tio Sam já têm projetos em andamento. No entanto, a China conta com tecnologia de ponta na área, que reduz seus custos de produção e oferece ainda produtos finais mais puros do que de outros países. Além disso, o país já tem uma tradição de formação de especialistas em suas universidades, contando com grande oferta de mão-de-obra especializada na área.

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