Justiça mantém prisão de suspeito de matar jovem autista encontrada carbonizada em Taubaté, SP


Wellyngton Felipe Nunes da Silva, de 33 anos, passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (5). Prisão temporária é válida por 30 dias. Márcia Karina Gonçalves
Arquivo pessoal/Imagem cedida pela família
O homem que foi preso suspeito de ter matado a jovem autista Márcia Karina Gonçalves, de 25, em Taubaté (SP), teve a prisão mantida pela Justiça nesta quinta-feira (5).
Wellyngton Felipe Nunes da Silva, de 33 anos, passou por audiência de custódia durante a manhã e teve a prisão temporária mantida pelo juiz Wellington Urbano Marinho.
Na audiência, o juiz determinou ainda que a unidade prisional preste atendimento médico adequado ao preso, que afirmou fazer uso de medicamentos controlados. Wellyngton não tem advogado e foi representado por um defensor público. O g1 tenta contato com a família do suspeito.
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Prisão
Wellyngton foi preso pela Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (4). Ele é suspeito de ter matado a jovem autista Márcia Karina Gonçalves, de 25, que foi encontrada carbonizada em um terreno baldio em Taubaté, no interior de São Paulo, na quinta-feira (28).
De acordo com a Polícia Civil, o homem é morador de rua e foi localizado próximo ao local do crime, na região do Parque Aeroporto, após investigações realizadas pelo setor de homicídios da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Taubaté.
Segundo a Deic, o homem tem 14 processos criminais pelos crimes de roubo, furto e tráfico de drogas. Ele foi questionado pelos policiais e, de acordo com a polícia, admitiu ter tido um relacionamento com a vítima por cerca de 5 dias – período em que a jovem ficou desaparecida.
A Deic afirmou ainda que “o homem confessou ter esganado a jovem após uma discussão” e, com isso, ele teve o pedido de mandado de prisão temporária aceito pela Justiça.
As investigações da polícia prosseguem, para obter mais provas do crime.
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O caso
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher morta foi identificada como Márcia Karina Gonçalves e foi encontrada em um terreno baldio, na avenida Timbó, na região do bairro Parque Aeroporto, na última quinta-feira (28).
Moradores que passavam pelo local encontraram o corpo e acionaram a Polícia Militar. Consta no boletim que, inicialmente, o corpo não foi reconhecido, mas os policiais constataram que a pessoa estava carbonizada e apontaram também suspeita de um segundo crime, de cunho sexual, pelo fato da vítima estar amordaçada.
De acordo com a Polícia Civil, no mesmo dia, familiares foram ao Instituto Médico Legal e reconheceram o corpo como sendo de Márcia Karina.
Ainda segundo o documento, os familiares afirmaram que a jovem tem autismo, sendo diagnosticada com nível 3 de autismo (que necessita de maior suporte).
No boletim, o relato da família detalha que a jovem era do bem, sem envolvimento com drogas e sem inimizades. A família relatou ainda que a jovem morava com a mãe, mas que tinha o costume de passear na rua.
O corpo da vítima passou por exames no Instituto Médico Legal, para coleta de amostras e para tentar identificar a causa da morte, já que a polícia acredita que a vítima foi carbonizada quando já estava morta, na tentativa de dificultar a identificação da jovem.
O caso foi registrado na Polícia Civil como homicídio e passou a ser investigado por equipes do 2º Distrito Policial da cidade.
Pedido de justiça
Em entrevista ao g1 no último fim de semana, a mãe de Márcia Karina, Maria Auxiliadora Silva, relatou que a jovem era o xodó da família.
“O que fizeram foi barbaridade. Está muito difícil aceitar isso, porque a gente se dava muito bem. Ela era o meu xodó, meu anjo da guarda”, afirmou.
O corpo de Márcia Karina Gonçalves, que tinha um grau severo de autismo, foi encontrado carbonizado na última quinta-feira (28) em um terreno baldio na avenida Timbó, na região do bairro Parque Aeroporto.
De acordo com a mãe, Márcia estava desaparecida desde o último sábado (23), quando saiu de noite com alguns amigos no bairro Esplanada Santa Terezinha, onde moravam.
Desde então, Márcia Karina não voltou mais, o que levou a mãe a acionar a polícia e registrar um boletim de ocorrência. Na quinta-feira (28), porém, a família recebeu a notícia de que o corpo da jovem havia sido encontrado.
“A polícia ligou falando que encontraram um corpo carbonizado em um terreno e que tinha as características dela. Um parente foi fazer o reconhecimento e era ela mesmo”, lamenta Maria Auxiliadora.
A mãe conta que Márcia Karina era muito querida no bairro. Por isso, acredita que ela tenha conhecido uma pessoa de fora e ido até o bairro Parque Aeroporto com essa pessoa.
Márcia Karina Gonçalves
Arquivo pessoal/Imagem cedida pela família
Sonho de ser mãe
A jovem de 25 anos tinha mais de 100 bonecas e sonhava em ser mãe, segundo a família.
“Ela sempre saía para rua cuidando de uma boneca, sempre quis ter uma filha. No dia do desaparecimento, ela também saiu com uma. A polícia me disse que ela foi encontrada perto do corpo da minha filha”, disse a mãe.
“Minha filha era muito boa, amigo, companheira, alegre. Falava muito com todo mundo, por isso era muito queria. Nunca fez mal a ninguém, mas o que fizeram com ela foi maldade, barbaridade.”
Márcia Karina Gonçalves
Arquivo pessoal/Imagem cedida pela família
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