Gamers brasileiros redefinem competições e torcidas em eSports 

O Brasil vem ganhando cada vez mais destaque no cenário internacional de eSports, e já foi palco de vários torneios internacionais, e a cada novo evento fica mais claro o quanto o torcedor brasileiro tem poder de afetar diretamente o cenário das competições. Naturalmente, não se trata de uma intervenção nos resultados, mas o engajamento absurdo, tanto nas redes quanto fora delas, dá a qualquer evento os ares de final de Copa do Mundo. 

Em 2021, por exemplo, a LOUD atingiu o feito impressionante de ser a equipe de eSports mais comentada de todo o Twitter, repetindo o feito no ano seguinte. No top 10 de esquipes mais comentadas, o Brasil ocupou quase metade do ranking, com outros nomes como FURIA, paiN Gaming e Los Grandes fazendo frente a times de peso do cenário competitivo, com a FaZe Clan, quase sempre entre os favoritos para títulos, T1 e Fnatic.

Torcida gamer mais engajada do mundo

O apoio do gamer brasileiro ao cenário dos esportes eletrônicos é tamanho que, em termos de audiência, o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLOL) chegou a ser mais comentado até que competições gigantes do circuito internacional, como a Overwatch League. Fato é que, cada vez mais, as torcidas brasileiras de eSports se assemelham às de esportes convencionais, como futebol, e isso faz toda a diferença na motivação dos atletas. 


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O próprio ex-jogador Murilo “takeshi” Alves, que passou a atuar como caster após sair do cenário competitivo, afirma o gamer brasileiro é mais apaixonado, mais engajado e isso fica nítido para os jogadores de outras nacionalidades. Pelo próprio contexto dos eSports serem digitais, praticamente toda a divulgação das marcas se dá por meio das redes sociais, perfis dos atletas, canais dos torneios, desenvolvedoras e assim por diante.

Sendo assim, as torcidas organizadas, em geral, têm um papel quase de agências de relações públicas, ampliando a visibilidade não apenas das equipes que apoiam, mas do cenário geral da modalidade, seja ela Counter Strike 2, LoL, Rainbow Six ou Free Fire. No entanto, enquanto os torcedores de outros países têm um perfil mais passivo de consumo dessas informações e conteúdo, o torcedor brasileiro engaja ativamente, e de forma extremamente orgânica, apenas por amor ao time.

Isso sem mencionar as caravanas de brasileiros ao redor do mundo que se organizam para acompanhar presencialmente as competições e botar pressão sobre as equipes adversárias. O resultado é que a repercussão das postagens de times brasileiros é quase sempre uma das maiores durante as janelas de campeonatos, e isso atrai a atenção das organizações oficiais.

Atraindo organizações e competições para o Brasil

Não por menos, no início do ano a Ubisoft trouxe para o Brasil a edição de 2024 do Rainbow Six Siege Invitational, considerado a Copa do Mundo de R6S. Realizado em São Paulo, o evento lotou o ginásio do Ibirapuera como uma disputa de ouro olímpico. Em paralelo, a ESL e Intel trouxeram o IEM (Intel Extreme Masters) para o Brasil por três anos consecutivos, com a última agora no início de outubro. A primeira delas, inclusive, fez parte do calendário oficial do circuito de Counter Strike, contando como uma etapa do Major de 2022, e as três edições foram sucessos estrondosos, quebrando recordes de audiência e horas assistidas, além de movimentar milhões na economia local, gerando mais receita que muitos eventos esportivos tradicionais.

O barulho gerado na mídia – inclusive mainstream – por competições desse porte faz com que, gradualmente, os eSports furem a bolha dos nichos de internet para ganhar notoriedade e conquistar cada vez mais fãs. Como consequência, é natural que isso se reverta em, também, cada vez mais investimentos e, quem sabe, colocar o país definitivamente como parada obrigatória nos circuitos oficiais.

O Brasil é, sem sombra de dúvidas, uma potência esportiva de peso, sempre se destacando em competições internacionais, e naturalmente não teria como ser diferente com os eSports. Com tamanha paixão e dedicação dos torcedores brasileiros, lotando arquibancadas, gritando, pulando, cantando, empurrando as equipes e pressionando adversários, fica claro que o amor por esportes está no nosso DNA, e sucesso dos nossos atletas é apenas uma consequência natural

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