Vírus se agrupam e formam belas estruturas parecidas com flores

Em uma curiosa descoberta feita por acaso, cientistas notaram que vírus bacteriófagos — que se alimentam de bactérias — podem formar estruturas parecidas com flores, isto é, sob certas condições ambientais específicas. A organização ajuda as pequenas criaturas a achar presas com maior eficiência.

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Os aglomerados virais possuem apenas 0,2 mm, e a formação 3D semelhante a uma flor surgiu “sem querer”, quando os pesquisadores buscavam melhores formas de visualizar os vírus bacteriófagos (também chamados apenas de “fagos”). Ao invés de usar métodos potencialmente letais, como calor ou solvente, foi usado dióxido de carbono de alta pressão para preservar os vírus.

Vírus em forma de flor

Apesar de estarem só tentando preservar os aglomerados, os cientistas, liderados pelo autor Lei Tian, da Universidade McMaster, descobriram a nova capacidade dos micróbios formarem estruturas tridimensionais.


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O estudo analisou em detalhes a nova formação viral, encontrando diversas funções aprimoradas garantidas pela junção (Imagem: Tian et al./Advanced Functional Materials)
O estudo analisou em detalhes a nova formação viral, encontrando diversas funções aprimoradas garantidas pela junção (Imagem: Tian et al./Advanced Functional Materials)

Elas são até 100 vezes mais capazes de localizar os alvos bacterianos ao formar as “flores”, o que, para a ciência, é uma nova oportunidade para combater doenças por meios e processos naturais, imitando a formação com materiais baseados em proteínas.

No passado, cientistas não conseguiam manipular os vírus assim, mas, ao longo dos anos, a equipe da cientista Zeinab Hosseinidoust vinha conseguindo fazê-los se interligar, formar um tecido vivo microscópico e até mesmo liberar um gel visível a olho nu.

Estruturas naturais têm inspirado engenheiros a imitar suas propriedades artificialmente por décadas, e o vírus com forma de flor é a mais nova empreitada biológica pela frente.

A equipe já conseguiu juntar as estruturas florais de vírus com DNAzimas (enzimas de DNA capazes de fazer reações químicas específicas), fazendo com que sejam capazes de detectar baixas concentrações de bactérias Legionella na água de torres de abastecimento urbano.

Com a resistência a antibióticos cada vez mais crescente, novos métodos para identificar e combater infecções bacterianas são sempre muito bem vindos.

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