Sobre o que é A Substância? 5 temas impactantes do filme com Demi Moore

A Substância, novo filme da diretora francesa Coralie Fargeat, aborda o envelhecimento e a obsessão pela beleza através da história de Elisabeth Sparkle, uma celebridade fitness interpretada por Demi Moore. O longa-metragem mistura elementos de terror, body horror e ficção científica para criar uma história de crítica social e reflexão sobre a identidade no mundo contemporâneo.

Atenção! Os parágrafos a seguir discutem detalhes da trama do filme que podem ser considerados spoilers.

Sobre o que é A Substância?

A Substância acompanha a personagem de Demi Moore, Elisabeth, que, ao completar 50 anos, é dispensada de seu trabalho como apresentadora de um popular programa de exercícios por ser considerada “velha demais” pelo chefe Harvey (Dennis Quaid).


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Em busca de manter seu lugar em Hollywood, ela recorre a uma droga chamada A Substância, que promete rejuvenescimento extremo e imediato. O efeito, no entanto, é temporário, e ela passa a dividir o corpo com uma versão mais jovem de si mesma, Sue (interpretada por Margaret Qualley).

 

Temas do filme A Substância

A seguir, conheça cinco temas principais abordados pelo filme.

1. Etarismo e envelhecimento

A trama de A Substância traz uma crítica direta ao etarismo na indústria do entretenimento. Elisabeth Sparkle representa a pressão constante sobre mulheres para que mantenham uma aparência jovem. Após anos de carreira, a personagem é demitida pelo simples fato de ter envelhecido, e a busca pela juventude acaba se tornando sua única alternativa para manter sua relevância.

A trama retrata como o medo de perder o valor social e profissional com o envelhecimento pode levar indivíduos a atitudes extremas. Esse elemento reflete a crítica da diretora Fargeat sobre envelhecer em uma sociedade que tende a desvalorizar a idade e a experiência feminina.

Cena do filme A Substância com a personagem de Demi Moore em frente ao espelho
Elisabeth analisa os traços do tempo no espelho (Imagem: Divulgação/Mubi)

2. Machismo e controle dos corpos femininos

O filme explora como a sociedade controla e dita padrões para os corpos femininos, mostrando Elisabeth em constante autocrítica e insatisfação. Demi Moore, em entrevistas, descreveu como sua personagem internaliza essa pressão, sentindo-se impelida a buscar o corpo perfeito, mesmo às custas de sua saúde mental e física.

Essa mensagem denuncia a maneira como as mulheres são condicionadas a “corrigir” suas aparências para atender aos padrões estéticos estabelecidos pelo olhar masculino. O machismo, nesse contexto, não se limita às exigências externas: Elisabeth se torna sua própria crítica, refletindo a violência psicológica autoimposta por tantas mulheres que tentam se adequar ao ideal de beleza imposto pela sociedade.

3. Culto a um padrão de beleza

A Substância coloca em evidência a obsessão cultural pela beleza e juventude. Elisabeth usa a droga com a esperança de encarnar uma versão idealizada de si mesma, Sue, que atende a todos os requisitos estéticos vigentes. Essa busca pelo “corpo perfeito” expõe as pressões que incentivam indivíduos a se submeterem a procedimentos invasivos e práticas de beleza extremas.

O filme utiliza essa premissa para questionar a lógica do culto à aparência e como ele influencia a autoestima e a saúde mental, retratando o padrão de beleza como algo intangível e que, em vez de trazer satisfação, gera angústia e perda de identidade.

A personagem Sue analisa o outdoor com a divulgação do seu programa de TV
Sue toma o lugar de Elisabeth em Hollywood (Imagem: Divulgação/Mubi)

4. Busca pela fama e a crueldade de Hollywood

Elisabeth não apenas busca juventude para si, mas também o sucesso e o prestígio que Hollywood exige e glorifica. No filme, Sue rapidamente conquista seu próprio programa de exercícios, ilustrando a rapidez com que a indústria substitui mulheres mais velhas por figuras jovens e atraentes.

Ao destacar esse processo, a diretora Coralie Fargeat explora a crueldade com que a fama é distribuída e retirada de artistas na medida em que envelhecem. Em seu papel, Demi Moore revela as armadilhas do sucesso, enquanto sua personagem luta para se manter relevante em um meio que valoriza mais a imagem que a experiência e talento, expondo a fragilidade e o desgaste que essa busca por fama causa.

5. Comportamentos conflitantes e identidade

O filme aborda o conflito interno de Elisabeth ao ver seu “eu” jovem, Sue, ganhando vida própria e independência. A dinâmica entre as duas simboliza a luta entre a versão idealizada de si mesma e sua realidade.

A constante alternância entre as duas identidades leva a um confronto psicológico, mostrando como as diferentes versões de nós mesmos podem entrar em conflito. Fargeat pretende que os espectadores reflitam sobre as vozes internas que impõem padrões e inseguranças, revelando o quanto o culto à aparência é capaz de distorcer a identidade pessoal e gerar um ciclo de autojulgamento e insatisfação que nunca se resolve.

Personagem Sue com marcas de sangue no rosto enquanto está deitada no chão
Filme leva o conflito da personagem aos extremos no terceiro ato (Imagem: Divulgação/Mubi)

Em resumo, os principais temas abordados no filme A Substância são:

  • Etarismo e envelhecimento;
  • Machismo (sobre corpos femininos);
  • Culto a um padrão de beleza;
  • Busca pela fama e a crueldade de Hollywood;
  • Comportamentos conflitantes da identidade.

A Substância está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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