Empresários reclamam de queda de 30% no número de turistas em Fernando de Noronha e veem preço das passagens como principal motivo

Resultado menor acontece na baixa temporada, que vai de março a junho, e quando já existe uma diminuição histórica na quantidade de visitantes. Presidente da Empetur informou que vai dialogar com companhias aéreas. Gol e Azul têm autorização para operar em Fernando de Noronha
Ana Clara Marinho/TV Globo
Os empresários do setor de turismo de Fernando de Noronha estão reclamando do movimento na baixa estação na ilha, que vai de março a junho. Segundo os donos de empresas, nesse período em que, tradicionalmente, o número de visitantes é menor, a procura caiu 30% na comparação ao mesmo período no ano passado.
Os donos de pousadas e de operadoras apontam como um dos principais motivos da queda no movimento de visitantes o alto custo das passagens aéreas. Os bilhetes, com decolagem de São Paulo e do Recife, podem custar até R$ 6 mil, valor similar ao de passagens para destinos na Europa, como a França.
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Segundo os profissionais de turismo, a tarifa não baixou nem com a liberação do pouso de aviões de grande porte, anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Fernando de Noronha ficou dois anos e cinco meses com restrições de pouso de grandes aeronaves, por conta de buracos e fissuras na pista do aeroporto.
O empresário Paulo Fatuch, proprietário de pousadas, bares e restaurantes na ilha, considera que a política de preços da praticada pela Azul, empresa com a maior quantidade de voos, é prejudicial para o destino Noronha.
“É um descaso o preço das passagens aéreas. Parece que as companhias querem brigar com o destino e expulsar os turistas. Os preços são extorsivos; é mais barato viagens para Europa e Ásia”, declarou o empresário.
Segundo Fatuch, o movimento neste mês de março caiu 30% em relação a março de 2024.
Além da Azul, que vai retornar os voos com jatos no dia 7 de maio, Fernando de Noronha passou a receber voos da Latam (veja vídeo abaixo). A Gol promete retomar as viagens para a ilha no dia 1º de abril.
O presidente da Associação de Donos de Pousadas, Ailton Flor, avalia que a queda de 30% é sentida na maioria dos estabelecimentos do setor.
“Nós avaliamos que os altos preços nos prejudicam. Também enfrentamos problemas com a suspensão de operação da Voepass e com a readequação da nova malha aérea. Leva um tempo até o cliente ter as informações das empresas que realmente vão fazer o transporte para Noronha”, afirmou Ailton Flor.
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Insegurança sobre voos
O presidente da Associação de Donos de Pousadas também avalia que existe uma crise de credibilidade com a Gol, que anunciou a retomada de operação para Fernando de Noronha mais de uma vez e o retorno das viagens não aconteceu.
O dono agência e operadora de viagens Antônio Amante, que trabalha com o destino Noronha há seis anos, falou que teve diversos problemas por causa dessas mudanças, o que gera insegurança para as empresas e para os clientes.
“A Gol, infelizmente, abriu vendas para Fernando de Noronha outras vezes e esses voos não foram realizados. Isso gera transtorno para o cliente e insegurança para quem vende. Além disso, os preços das passagens estão muito altos”, declarou Amante.
O g1 entrou em contato o diretor de marketing da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Diogo Beltrão, que esteve em Fernando de Noronha e informou participar de negociações para definição da nova malha aérea para a ilha.
Beltrão esclareceu que não ao cabe ao governo do estado indicar valores de passagens aéreas, mas que vai entrar em contato com as três companhias aéreas para entender as tabelas aplicadas a possibilidade de redução nos preços.
O g1 entrou em contato com a Azul e a Latam para saber os motivos dos altos preços e também qual é a programação de voos da Gol para Fernando de Noronha. As empresas não responderam até a última atualização desta reportagem.
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