CVC (CVCB3) vai do ‘inferno ao céu’ com balanço do 4T24 — mas banco vê potencial de valorização de quase 120% nas ações

As ações da CVC (CVCB3) iniciaram o pregão em forte queda nesta quinta-feira (27) e operam entre ganhos e perdas no Ibovespa (IBOV). 

Por volta de 11h50 (horário de Brasília), CVCB3 subia 3,86%, a R$ 2,42. Na primeira hora do pregão, os papéis bateram mínima intradia com baixa de 8,58% (R$ 2,13). Acompanhe o Tempo Real. 

Os papéis vivem “uma montanha-russa” em reação ao balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). 

A companhia de turismo registrou um lucro líquido ajustado de R$ 8,5 milhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), revertendo prejuízo de R$ 15,4 milhões apurado no mesmo período em 2023.

Sem ajustes, que incluem as linhas de depreciação e amortização e impostos diferidos, além de aquisições, o prejuízo líquido da CVC foi de R$ 61,2 milhões no trimestre, 17,8% menor em comparação com os meses de outubro a dezembro de 2023.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa somou R$ 108,1 milhões no período, crescimento de 25,1% ante os últimos três meses de 2023, com uma margem ajustada de 29,5%, de 24,5% um ano antes.

  • Confira os números em detalhes: CVC (CVCB3) reverte prejuízo com lucro ajustado de R$ 8,5 millhões no 4º tri e vê “nova fase”

O que chamou a atenção dos analistas?

Na avaliação do BTG Pactual, a CVC registrou um sólido crescimento de vendas no Brasil e apresentou melhor lucratividade, mas um fraco fluxo de caixa operacional após o capex (investimentos). 

“A reestruturação operacional levou a uma melhor lucratividade, mas o fluxo de caixa foi o destaque negativo”, disse o relatório. 

“Depois de atingir as mínimas em 2020 e 2021, a empresa se beneficia da recuperação da demanda de viagens, ao mesmo tempo em que explora suas fortes relações de longo prazo com o fragmentado setor hoteleiro e as companhias aéreas”, escreveram Bruno Henriques, Luis Mollo e Marcel Zambello. 

Os analistas destacaram que a operação na Argentina “ficou para trás”, com a queda de cerca de 18% na base anual nas reservas no país vizinho. Com isso, as receitas da Argentina diminuíram 31% no 4T24 em comparação com o mesmo período do ano anterior, para R$ 57 milhões.  

O banco ainda afirma que a reestruturação ainda em andamento reflete “os grandes desafios futuros, como o progresso da desalavancagem e o crescimento/competição online”. 

Para o Citi, o principal problema para a CVC continua sendo as despesas financeiras, “que impedem a empresa de desbloquear valor para os acionistas”.

Já o Itaú BBA destacou que o resultado final ficou abaixo da expectativa do banco e também chamou a atenção para a tendência de reservas “fraca” na Argentina. 

Mesmo assim, o banco manteve a visão positiva para CVC. “Os resultados do 4T24 da CVC mostraram uma sólida melhoria sequencial nas tendências de reservas consolidadas, e esperamos que o primeiro trimestre de 2025 continue nessa trajetória”, escreveu o analista Victor Rogatis em relatório. 

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CVC: O que esperar daqui para frente

O Itaú BBA considera que a recente movimentação do preço da CVC tem sido impulsionada muito mais por fatores macroeconômicos do que por dinâmicas da empresa ou do setor.  

“Isso se explica tanto pela natureza discricionária do setor em que a empresa opera quanto por sua posição de alavancagem ainda elevada”, 

O banco acredita que se um cenário macroeconômico mais favorável se materializar — refletido em um aperto na curva de juros de longo prazo — juntamente com uma forte execução microeconômica — sólido crescimento, expansão do Ebitda, geração de fluxo de caixa (FCL) e desalavancagem, a CVC pode ser uma ação que tenha um bom desempenho ao longo do ano. 

O Itaú BBA reiterou a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 5,10  — um potencial de valorização de 118,9% sobre o preço de fechamento da última quarta-feira (26). 

É hora de comprar CVCB3?

Com os resultados mistos, os bancos mantiveram as recomendações para os papéis da CVC. Confira as classificações que o Money Times teve acesso:

Banco  Recomendação Preço-alvo Potencial*
BTG Pactual Neutra R$ 3,00 +28,7%
Citi Neutra/Alto risco R$ 2,20 -5,58
Itaú BBA Compra R$ 5,10 +118,9%

*Potencial de valorização/desvalorização em relação ao fechamento da véspera (26).

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