Quando Trump vai entrar em pânico? Não agora, diz gestor com R$ 14 bi na carteira

O mundo assistiu ao derretimento das suas bolsas de valores após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que promete provocar uma crise econômica.

Trilhões de dólares foram pelo ralo nos últimos dias e os bilionários que apoiaram a eleição do magnata agora estão mais pobres.

Apesar da pressão para que Trump volte atrás em suas políticas, não será agora que o presidente irá recuar. Pelo menos para o gestor da Ibiuná, André Lion, que possui R$ 14 bilhões sob gestão.

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Em evento do Bradesco BBI, ocorrido em São Paulo, Lion diz que o presidente irá errar ‘um pouco mais’.

Ele tem muito dessa crença, ele acredita que tarifas são uma coisa positiva, construtiva, então não é porque simplesmente a Bolsa caiu 10%, 15% que ele vai entrar em pânico”.

Ainda em sua visão, é cedo para entender o que está acontecendo, tanto nos Estados Unidos quanto no mundo, no que classificou como um movimento de ‘placas tectônicas’.

Nessa história, o Brasil está relativamente melhor posicionado, diz porém.

“Naturalmente, é uma característica nossa, nós somos uma economia mais fechada, globalmente, então a gente mesmo caiu no bracket mais baixo de tarifas, 10%”.

“Então, relativamente, estamos melhor”.

Apesar disso, Lion faz um alerta: se os Estados Unidos entrarem em recessão, isso baterá na atividade global, o que levará o Brasil junto.

Mesmo assim, o gestor recorda que o Brasil está com atividade interna ainda forte. O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu mais de 3% no ano passado, e mesmo com a Selic, a taxa básica de juros, em mais de 14%, o país ainda apresenta uma boa atividade econômica.

Trump surpreendeu muita gente

Outro participante do encontro, Leonardo Linhares, sócio da SPX, diz que Trump surpreendeu muita gente.

“Todo mundo achou que ele talvez fosse mais negocial”.

Apesar disso, Linhares afirma que é possível que o presidente negocie com países e que muitas delas vão cair.

Na última segunda, o assessor econômico da Casa Branca Stephen Miran incentivou que os países que esperam escapar das altas taxas tarifárias recíprocas dos Estados Unidos a fazer ofertas ao presidente Trump, dizendo que o presidente estaria aberto a movimentos para reduzir as barreiras às exportações norte-americanas.

O caso da China, porém, é um pouco mais delicado, diz.

“Vai ficar em um nível bem acima. Talvez seja um inimigo mesmo, seria um bom cara populista ter um inimigo, e claramente é o chinês”.

A segunda maior economia do mundo não se assustou com a tarifa de 34% do presidente norte-americano e definiu uma tarifa igual, de 34%, para os produtos norte-americanos no país.

Esse movimento assustou os mercados, que acompanham de perto a escalada da guerra comercial.

Caso os EUA cumpra a ameaça de uma taxa extra de 50%, as tarifas sobre a China somarão um total de 104%, sendo 20% anunciados no início do ano, 34% da tarifa recíproca e 50% da retaliação.

A posição da China inspirou outros governos a baterem o pé.

A Comissão Europeia, por exemplo, propôs aos países da União Europeia taxar uma série de produtos dos EUA. No entanto, o grupo trabalha com mais cautela: a proposta ainda será votada e, se aprovada, as tarifas começam a valer nos dias 15 de abril e 15 de maio.

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