América Latina pode dar ‘salto tecnológico’ com IA, diz CTO da Groq

A América Latina tem o potencial de dar um “salto tecnológico” se investir em infraestrutura de IA e nas habilidades profissionais que essa nova tecnologia exige. A declaração veio do professor e Chief Technology Officer (CTO) da Groq, Chris Stephens, que trabalha com aceleração de IA de alto desempenho, durante um debate no Web Summit Rio 2025, nesta terça-feira (29), sobre a influência da IA no mercado de trabalho tech.

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A conversa também contou com a presença da Chief of Impact Off (CIO) da IBM, Justina Nixon-Saintil. O executivo da Groq afirmou que países em desenvolvimento, como a Índia e os latino-americanos, têm o caminho mais livre para implementar novas tecnologias por não possuírem infraestruturas mais antigas que poderiam exigir uma fase de atualização. O sistema de telecomunicação com a chegada dos smartphones é um exemplo desse processo, segundo ele. 

“Em partes do mundo em desenvolvimento, como a Índia, a adoção foi muito rápida porque não havia infraestrutura legada que precisasse ser desmontada. Eu acho que o mesmo pode acontecer agora com a IA — países da América Latina e outras regiões em desenvolvimento podem ‘dar um salto’ e adotar novas tecnologias muito rapidamente”, disse Stephens. “Isso dá às pessoas a chance de pular uma geração inteira de tecnologia.” 


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Para que esse avanço aconteça, os palestrantes falaram sobre uma série de mudanças na relação com a tecnologia que passa por qualificação dos profissionais, adaptação das empresas, o fortalecimento de uma infraestrutura própria e a colaboração entre humanos e inteligência artificial.

Habilidades para trabalhar com IA

O uso de inteligência artificial no trabalho é uma tendência ligada ao crescimento econômico e a uma mudança cultural das companhias. O lançamento do ChatGPT em 2022 foi um marco importante para essa transformação, pontua Chris Stephens. Os chatbots devem ser complementares ao trabalho humano apoiando a produtividade, indicaram os palestrantes.

“Entender como trabalhar ao lado da IA, como aproveitá-la para o que você precisa, como liderar agentes de IA e fornecer os prompts certos para obter a execução ou a resposta adequada. Mas, também, entender como usar melhor o seu tempo. Acho que isso será um grande motor econômico para muitas empresas”, elencou Justina Nixon-Saintil.

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A CIO da IBM Justina Nixon-Saintil destacou a importância da ética no trabalho com IA e da adaptação de empresas. (Imagem: Elisa Fontes/Canaltech) 

O CTO da Groq pontuou dois caminhos para aprimorar as habilidades: a competência técnica e a alfabetização digital. “Precisamos ensinar as habilidades de construir, arquitetar e desenvolver elementos que impulsionam os modelos de linguagem e os sistemas que vão utilizar essas tecnologias”, afirmou.

Há também a necessidade de seguir fundamentos éticos, pensar estrategicamente e trabalhar a criatividade, segundo a CIO da IBM. “Princípios como confiança e justiça precisam estar incorporados no desenvolvimento e no lançamento dos produtos de IA”, destacou.

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