Reino Unido e Índia fecham acordo comercial na “nova era” de tarifas de Trump

O Reino Unido e a Índia firmaram nesta terça-feira (6) um pacto de livre comércio há muito desejado, depois que a turbulência das tarifas desencadeada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, forçou os dois lados a acelerar os esforços para aumentar as transações de uísque, carros e alimentos.

O acordo, que envolve a quinta e a sexta maiores economias do mundo, foi concluído após três anos de negociações intermitentes. Ele visa aumentar o comércio bilateral em mais 25,5 bilhões de libras (US$34 bilhões) até 2040.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que o acordo comercial era “ambicioso e mutuamente benéfico”. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que a aliança fortalecida reduziria as barreiras comerciais nesta “nova era para o comércio”.

Tarifas de Trump

As tarifas de Trump levaram países ao redor do mundo a redobrar esforços para buscar novos parceiros comerciais, e pessoas familiarizadas com as negociações entre o Reino Unido e a Índia disseram que a turbulência aumentou o foco no fechamento do acordo.

O acordo, que reduzirá tarifas sobre produtos como uísque, permitirá que empresas britânicas concorram por contratos indianos e que indianos trabalhem mais facilmente no Reino Unido. Ele é significativo para ambas as economias.

Abertura de mercados

Isso marca a abertura dos mercados há muito tempo protegidos pela Índia, incluindo o de automóveis, dando um exemplo precoce da provável abordagem da nação sul-asiática ao lidar com grandes potências ocidentais, como os EUA e a União Europeia.

O acordo também é o mais significativo do Reino Unido desde que deixou a União Europeia, em 2020. Dados do governo projetam que o valor do acordo adicionará 4,8 bilhões de libras ao crescimento a cada ano até 2040, o que representa 0,1% do PIB.

Já o Ministério do Comércio da Índia disse que 99% das exportações indianas se beneficiariam de imposto zero sob o acordo, incluindo têxteis, enquanto o Reino Unido verá reduções em 90% de suas linhas tarifárias.