Você compra sem parar? Saiba o que está por trás do padrão de consumo compulsivo

Quem nunca se recompensou com uma compra fora de hora? Pode ter sido um doce favorito, uma roupa cara ou até uma viagem que estourou o orçamento. Mas o que realmente nos leva a comprar por impulso? De acordo com a professora Sibele Dias de Aquino, da Mackenzie Rio e pesquisadora pós-doutoranda em Psicologia Social pela PUC-Rio, o consumo compulsivo é impulsionado por fatores emocionais, sociais e psicológicos, como a busca por prazer, autogratificação e influência do grupo.

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Em artigo do The Conversation, a autora destaca as Pesquisas Transformativas Sobre o Consumidor (Transformative Consumer Research), que investigam como o consumo afeta o bem-estar. Esses estudos buscam entender, por meio de métodos científicos, como intervir de forma mais eficaz nos casos de consumo desregulado. 

Os resultados desses estudos mostram que muitos consumidores são motivados por autogratificação (“eu mereço”) e influência social, e que esses fatores têm impacto maior do que traços de personalidade. Emoções positivas, como alegria e entusiasmo, também impulsionam decisões de compra, quebrando a ideia comum de que só compramos por ansiedade ou tristeza.


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Personalidade, emoção e contexto influenciam

Outro ponto trazido pela pesquisadora é a relação entre o modelo de personalidade (que avalia traços como extroversão, neuroticismo e conscienciosidade) e os hábitos de consumo. Pessoas mais extrovertidas e abertas tendem a comprar por prazer, enquanto aquelas com alta conscienciosidade são mais controladas e racionais. Estados de humor positivos podem levar a um aumento no consumo de bens materiais – uma descoberta importante para quem associa consumo compulsivo apenas a emoções negativas.

Estudos buscam entender o consumo compulsivo (Imagem: Andrea Piacquadio/Pexels)

Durante a pandemia de covid-19, a pesquisadora atuou junto com o professor Samuel Lins, de Porto (Portugal) para identificar um fenômeno global: as compras por pânico, impulsionadas pelo medo e incerteza. Com o tempo, surgiu também o chamado revenge buying (compras motivadas pelo desejo de recuperar o tempo perdido durante o isolamento).

A boa notícia é que entender esses comportamentos pode ser o primeiro passo para um consumo mais consciente. A autora destaca que nem todo consumo compulsivo é ruim, especialmente quando envolve experiências vividas, que promovem mais bem-estar do que aquisições materiais. A chave está em equilibrar prazer e consciência.

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